De uma lista com 2.400 executivos que comandaram as mil maiores empresas de capital aberto do mundo nos últimos 15 anos, os sócios seniores da consultoria McKinsey Vikram Malhotra, Scott Keller e Carolyn Dewar chegaram a 67 CEOs com performance acima da média. Os CEOs foram entrevistados e, a partir daí, os consultores elencaram as seis atitudes dos melhores líderes.
Direcionar a empresa, alinhar a organização, mobilizar através dos líderes, gerenciar a própria eficácia, conectar com “stakeholders” e engajar o conselho de administração são as responsabilidades que os melhores executivos assumiram.
Os sócios, então, destrincharam o tema no livro Excelência CEO – As Seis Mentalidades que Distinguem os Melhores Líderes do Resto, best-seller ainda não lançado no País.
Ao Estadão Malhotra diz que, em um mundo incerto e de mudanças rápidas, o trabalho do CEO está cada vez mais difícil. Para lidar com isso, eles precisam focar em “fazer o que só eles são capazes”. A seguir, leia trechos da entrevista.
Das seis atitudes, qual a mais difícil de se adotar?
Grandes CEOs adotam as seis, e fazem isso muito bem e o tempo todo. Mas vejo três como as mais difíceis. A primeira é direcionar a empresa para uma postura ousada, sobretudo nesse mundo tão dinâmico e cheio de desafios. A segunda é sobre os talentos: promover os melhores da empresa, recrutar os melhores de fora e tirar o máximo proveito de cada um. A última é gerenciar a própria eficácia e ter a mentalidade de fazer o que apenas você pode fazer. Quando você se torna CEO, tem tanta coisa para resolver que, se não adotar isso, é fácil ser arrastado para uma situação em que está gerenciando o negócio no dia a dia.
Até onde devem arriscar?
Os grandes CEOs assumem a responsabilidade de ser ousados, mas também avaliam riscos de forma excepcional. O que o Roberto Setubal fez no Itaú, transformar um banco pequeno em uma potência regional, demandou uma visão ousada. Mas também houve importantes avaliações de riscos ao comprar e fundir empresas, ao expandir para outros países.
Mais da metade dos executivos seniores afirma que o primeiro escalão das empresas tem baixa performance. Por que isso?
Eu perguntei aos CEOS qual o maior arrependimento deles, e 90% disseram que gostariam de ter agido antes em relação a seus talentos. Alguns haviam herdado um time com uma parte ótima e outra medíocre, mas pessoas na empresa queriam manter os medíocres, então mantiveram. Outros haviam herdado uma equipe que tinha crescido na empresa e se arrependeram de não ter recrutado mais fora da companhia. A mensagem dos CEOs é a de que é preciso mexer na equipe.
Alguns especialistas sugerem que o trabalho de CEO pode ser demais para uma só pessoa. O sr. concorda?
É verdade que o cargo está se tornando mais complicado. Um dos motivos é que as empresas estão cada vez maiores e mais complicadas. Mas não acredito que estamos na direção de que será muitíssimo trabalho para uma única pessoa. O que o CEO precisa é focar cada vez maior nas seis dimensões que descrevemos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Luciana Dyniewicz
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