A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou em queda de 2,02% nesta segunda-feira, 4, aos 78.876,22 pontos, após perder o patamar dos 80 mil pontos que havia sido conquistado na semana passada. Já o dólar, que começou sendo negociado a R$ 5,60, recuou ao longo do dia e fechou com queda de 1,51%, a R$ 5,52. Hoje, foram as incertezas perante os cenários políticos nacionais e internacionais que ajudaram a derrubar o mercado brasileiro.
O Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, começou o dia com queda de 3,50%, aos 77.295 pontos. No entanto, a Bolsa não conseguiu avançar e somou consecutivas perdas – ao longo do dia, o índice oscilou entre os 77 mil e os 78 mil pontos. Na mínima do dia, às 14h18, a B3 cedia aos 77.633,87 pontos.
O resultado decepciona quem acompanhava a alta da moeda, que na quinta-feira, 30, último dia útil de abril, fechou em queda, mas ainda manteve o patamar dos 80 mil pontos. Vale lembrar que na última quarta-feira, 29, a B3 apresentava um escalada no índice, após fechar aos 83.170,80 pontos.
Já o dólar começou o mês de maio com alta superior a 3%, cotado a R$ 5,61. O valor, no entanto, não se manteve por muito tempo e a moeda recuou para R$ 5,54 ainda na parte da manhã desta segunda. Para se ter uma ideia, o dólar já possui valorização de 35,66% em 2020. No ínicio ano, ele era negociado próximo de R$ 4.
Nesta segunda, ajudaram a influenciar negativamente o mercado brasileiro, os incertos cenários políticos internos e externos. No Brasil, os investidores observam cautelosos os desdobramentos da última manifestação antidemocrática realizada em Brasília, na qual esteve presente Jair Bolsonaro. No exterior, foram os embates entre Estados Unidos e China, relacionados a pandemia do novo coronavírus, que ganharam a atenção do mercado.
Cenário local
No domingo, 3, da rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro acompanhou o ato contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso. A manifestação, que aconteceu um dia após o depoimento do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro à Polícia Federal, veio acompanhada de um discurso do presidente de que as Forças Armadas estão “ao lado do povo” e que a Constituição “será cumprida a qualquer preço.
No radar também fica a escalada da violência entre os apoiadores de Bolsonaro. Também no domingo, dois profissionais do Estado – o fotógrafo Dida Sampaio e o motorista Marcos Pereira – foram agredidos fisicamente durante a manifestação. Enquanto que na sexta-feira, 1, manifestantes pró-Bolsonaro agrediram enfermeiras em Brasília.
E em meio ao crescente ruído político, Bolsonaro também nomeou o delegado Rolando Alexandre de Souza, como o novo líder da PF. Ele era o braço direito de Alexandre Ramagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
No entanto, além das idas e vindas do governo, ganha o foco do mercado o projeto de socorro aos Estados e municípios do governo, que foi aprovado pelo Senado no último sábado, 2. Agora, a medida segue para a análise da Câmara. Porém, a expectativa pela ajuda é grande, já que segundo novos dados do Ministério da Saúde, o País teve 263 mortes e 4.075 novos casos em 24 horas – ao todo, são 7.288 vítimas e 105.222 infectados.
Cenário internacional
Em meio a uma nova rodada de tensões entre Estados Unidos e China, o presidente americano, Donald Trump, deu um novo discurso no último domingo, 3, em que diz acreditar que o país asiático ‘causou’ a pandemia do novo coronavírus. “A China cometeu um erro, tentou esconder e demorou a avisar sobre a covid-19”, disse. Além disso, ele também afirmou que poderá aplicar novas tarifas aos chineses, como forma de retaliação.
Bolsas do exterior
As Bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta segunda. No entanto, os principais mercados da região – do Japão e da China continental -, não operaram nesta segunda devido a feriados locais. O índice Hang Seng liderou as perdas na Ásia, com um tombo de 4,18% em Hong Kong, enquanto o sul-coreano Kospi caiu 2,68% em Seul, e o Taiex recuou 2,47% em Taiwan. Na Oceania, a Bolsa australiana destoou do tom negativo na Ásia, graças em parte ao forte desempenho do setor de tecnologia, com o S&P/ASX 200 avançando 1,41% em Sydney.
O movimento também foi sentido na Europa. O índice Stoxx 600 encerrou com queda de 3,41%, em Londres, o índice FTSE 100 recuou 0,16% e o CAC 40 caiu 4,24% na Bolsa de Paris. Em Frankfurt, o DAX contraiu 3,64%, já em Milão, o índice FTSE MIB retraiu 3,70%. Em Madrid, o Ibex 35 recuou 3,60% e em Lisboa, o PSI 20 caiu 2,28%./ LUCIANA XAVIER, SILVANA ROCHA, SERGIO CALDAS, FELIPE SIQUEIRA e MAIARA SANTIAGO
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