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Revelações de Moro apontam ‘fatos gravíssimos’, diz presidente do Sindesp

O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindesp) emitiu nota repudiando o que classificou de “ingerências políticas” que resultaram na demissão de Moro. Assim como o sindicato dos delegados da PF, a instituição afirma que os fatos revelados pelo ex-ministro da Lava Jato são “gravíssimos” e que “comprometem a instituição da Presidência da República”.

As revelações do ex-ministro Sérgio Moro sobre atuação do presidente Jair Bolsonaro contra a autonomia da Polícia Federal devem ser apuradas “com rigor e celeridade necessários”, afirmou Tania Prado, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Estado de São Paulo.

“É preciso dotar a Polícia Federal de autonomia na Constituição para impedir ingerências como as que estão ocorrendo”, afirmou Prado.

“A Polícia Federal não pode estar exposta a tentativas de ingerências políticas e manipulação de interesses. O antídoto contra a excessiva vulnerabilidade da Polícia Judiciária e as odiosas intromissões políticas é a autonomia institucional”, afirmou o Sindesp, em nota assinada pela presidente do sindicato, Raquel Kobashi Gallinati. “Ainda mais grave que essa tentativa arbitrária tenha como origem a principal instituição do país, a Presidência da República”.

“A autonomia institucional da Polícia Judiciária concorre para o interesse público e qualquer tentativa de alterar essa norma deve ser vista como um ataque aos fins para os quais se destina, a manutenção do Estado Democrático de Direito e da Justiça”, conclui o sindicato.

Em nota, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública afirmou ser “urgente” a atuação do Ministério Público e do Judiciário no aprofundamento de “investigações sobre a existência de potencial conflito de interesse e improbidade administrativa” na nomeação de pessoas ligadas a Bolsonaro para cargos-chave no setor de segurança pública.

A instituição também criticou a gestão Moro na pasta. “Entendemos que sua gestão não foi muito diferente das anteriores, pois ele não usou de seu grande prestígio político e de suas prerrogativas no cargo para avançar na construção de reformas das polícias”, afirmou.

Por Paulo Roberto Netto

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