As empresas administradoras de shopping-centers, como Iguatemi (IGTA3), Aliansce Sonae (ALSO3), Multiplan (MULT3) e BrMalls (BRML3), aumentaram o número de ações de despejo contra lojistas devido ao atraso no pagamento dos aluguéis após o início da quarentena do coronavírus.
Essas medidas contrariam a recomendação da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), que indica evitar a judicialização da decisão e orienta a negociação de valores e condições diferenciados para este momento.
A notícia é negativa para as empresas de shopping centers, mas a expectativa é de que não haja impacto no preço das ações de shoppings listadas na bolsa no curto prazo, visto que, por ora, tal movimento atinge apenas uma pequena parcela do grupo de lojistas, logo o efeito nos resultados é limitado.
As ações de empresas de shopping centers acumulam em média desvalorização de 43,5% no acumulado de 2020, ante uma queda de 30,9% do Ibovespa.
O cabo de guerra entre as partes vai ficando mais evidente à medida em que a quarentena se estende e estes grandes centros de consumo e entretenimento seguem fechados para conter a disseminação da Covid-19. Contudo, é válido ressaltar também que os pedidos podem representar um acúmulo de atrasos nos pagamentos anteriores à pandemia por parte dos lojistas, com as administradoras prevendo um agravamento das suas condições operacionais e consequente perda da capacidade de recuperação.
Em linhas gerais, as negociações entre as partes vêm ocorrendo ao longo das últimas semanas com diversos termos sendo discutidos como: suspensão da cobrança do fundo de promoção, adiamento da cobrança ou até mesmo o desconto direto nos aluguéis.
O principal catalisador no preço das ações no curto prazo é a duração da quarentena, em especial às medidas impositivas aos shopping centers, dado que seus empreendimentos são geradores de aglomeração em local fechados.
Be First to Comment