A inflação sentida pela população idosa acelerou o ritmo de alta de 0,48% no terceiro trimestre para 1,19% no quarto trimestre de 2019, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a variação da cesta de consumo de famílias majoritariamente compostas por indivíduos com mais de 60 anos de idade, acumulou uma elevação de 4,18% no ano passado.
Com o resultado, a variação de preços percebida pela terceira idade ficou acima da taxa de 4,11% acumulada em 2019 pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que apura a inflação média percebida pelas famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos. No quarto trimestre de 2019, o IPC-BR teve elevação ligeiramente abaixo do IPC-3i, 1,17%.
Na passagem do terceiro trimestre para o quarto trimestre de 2019, cinco das oito classes de despesa do IPC-3i registraram taxas de variação mais elevadas. A principal contribuição partiu do grupo Alimentação, que passou de um recuo de 1,76% para um aumento de 3,11% no período, pressionado pelas carnes bovinas, que subiram 26,03% no quarto trimestre ante uma alta de 1,89% no terceiro trimestre.
Os demais acréscimos ocorreram nas taxas dos grupos: Transportes (de -0,37% para 2,47%), Despesas Diversas (de 0,34% para 6,73%), Educação, Leitura e Recreação (de -0,34% para 1,29%) e Vestuário (-0,59% para 0,80%). Houve influência dos itens gasolina (de -2,58% para 5,69%), jogo lotérico (de 0,00% para 39,04%), passagem aérea (de -10,75% para 11,93%) e roupas (de -0,74% para 1,07%).
Na direção oposta, as taxas foram mais baixas nos grupos Habitação (de 2,14% para -0,66%), Comunicação (de 1,07% para 0,11%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,01% para 0,89%), sob impacto de itens como tarifa de eletricidade residencial (de 9,49% para -6,05%), tarifa de telefone residencial (de 1,73% para 0,05%) e medicamentos em geral (de 0,33% para -0,42%).
Por Daniela Amorim
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