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No Reino Unido, rainha fala a súditos pela 2ª semana seguida

Com uma avaliação muito elevada do pronunciamento que fez à nação pela televisão na semana passada por causa da pandemia da Covid-19 e com o primeiro-ministro, Boris Johnson, internado no hospital por causa da doença, a rainha Elizabeth fez algo inédito: um novo discurso à nação menos de uma semana depois de ter levado uma mensagem a milhões de britânicos que aguardaram suas palavras e ouviram a promessa de que “nos encontraremos de novo”. Seu foco, neste sábado, foi dizer que a Páscoa “não foi cancelada”, mas que é preciso um esforço de isolamento de todos para que outras pessoas fiquem a salvo. “O coronavírus não vai nos vencer”, afirmou a monarca de 93 anos.

A rainha fez a gravação do áudio no Castelo de Windsor, onde está isolada há três semanas ao lado do marido, o duque de Edimburgo. Elizabeth II voltou-se às famílias de todo o país novamente, enfatizando a dor de perder entes queridos por causa da Covid-19. Nos últimos três dias, os números oficiais do Reino Unido apontaram para quase mil mortos a cada 24 horas. O número total está próximo a 10 mil. A expectativa é a de que o país esteja muito próximo de passar pelo pico da pandemia.

A mensagem da Páscoa vem em um momento em que vários departamentos do governo fazem uma maciça campanha pela internet e a televisão solicitando às pessoas que fiquem em casa no fim de semana para impedirem mais propagação do vírus. Pedir à população que se mantenha em casa no início da primavera é tarefa particularmente difícil porque ontem foi feriado bancário, assim como será na segunda-feira, e o sol tem estado presente em todos os dias, depois de meses em que os britânicos já estavam mais reclusos por causa do frio. O policiamento britânico recebeu orientação para ser mais duro com quem estiver fora de casa e até multar de forma mais efetiva.

“Muitas religiões têm cerimônias que celebram a luz superando a escuridão. Tais ocasiões são frequentemente acompanhadas pela iluminação de velas. (A imagem) Parece falar a todas as culturas e apelar para as pessoas de todas as religiões, e também as de nenhuma”, disse a rainha. “Elas são acesas em bolos de aniversário e para marcar aniversários familiares, quando nos reunimos alegremente em torno de uma fonte de luz. Ela nos une”, continuou, descrevendo em seguida o ritual de uma cerimônia cristã.

A monarquia britânica talvez seja o exemplo mais vivo de rituais de tradição no Reino Unido. Como tal, todos os anos, na quinta-feira que antecede a Páscoa, a rainha distribui moedas especiais chamadas “dinheiro abundante” para pessoas que fizeram um bom trabalho em suas igrejas e comunidades. O número de destinatários muda a cada ano, baseado na idade da monarca. Assim como no dia de Natal, muitos membros da família real se reúnem para celebrar a Páscoa. Costumam ir à capela de São Jorge em grupo na manhã de domingo e, no almoço, comem cordeiro assado no castelo.

“Este ano, a Páscoa será diferente para muitos de nós, mas, mantendo-nos separados, mantemos os outros em segurança. Mas a Páscoa não será cancelada; Na realidade, precisamos da Páscoa como nunca”, afirmou. Em outro trecho, ela disse: “Sabemos que o coronavírus não vai nos vencer. Por mais escuro que a morte possa ser – especialmente para aqueles que sofrem com tristeza – a luz e a vida são maiores.”

No áudio, a majestade reforça que o Reino Unido “terá sucesso” em sua luta contra a pandemia, agradeceu às pessoas por seguirem as regras do governo sobre ficarem em casa e elogiou aqueles “se unindo para ajudar os outros”. Ela também agradeceu aos trabalhadores essenciais, dizendo que “toda hora” de trabalho “nos aproxima de um retorno a tempos mais normais”.

Por Célia Froufe

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