A Caixa Econômica Federal está lançando nesta quinta-feira, 10, duas linhas de crédito específicas para o agronegócio. Uma delas será a de custeio antecipado, com taxas a partir de 3% ao ano para o Pronaf, programa de agricultura familiar, de 4,5% no Pronamp, destinado a agricultores de médio porte, e de 6,5% aos demais.
Em outra linha, a Caixa vai emprestar dinheiro aos agricultores com recursos da poupança, e taxa de 9,5% ao ano, sem a adição da taxa referencial (TR).
Segundo o presidente do banco público, Pedro Guimarães, o lançamento da linha de custeio antecipado acontece 20 dias antes do que havia sido planejado – a ideia anterior era colocar o crédito no mercado no final do mês.
“A Caixa é o primeiro banco a lançar o custeio antecipado. Antecipamos o lançamento em 20 dias por escassez de crédito”, disse ele, em transmissão ao vivo para anunciar os dois produtos.
No início da semana, a imprensa nacional noticiou que o Tesouro Nacional havia suspendido temporariamente as contratações de crédito rural nas linhas subsidiadas do Plano Safra 2021/2022. Segundo a reportagem, o aumento da taxa Selic elevou os gastos do governo com a equalização dos juros dos empréstimos, o que consumiu o orçamento disponível antes do previsto.
Em paralelo, a Caixa quer avançar no agronegócio, fechando o ano com cerca de R$ 40 bilhões em concessões ao setor e no segundo lugar entre os bancos que mais emprestam para o agro no País. Na semana passada, Guimarães disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a intenção é elevar a carteira da Caixa no agro a R$ 200 bilhões até 2024.
O líder em crédito para o setor é o Banco do Brasil, que em setembro, tinha R$ 225,8 bilhões em carteira. A Caixa possuía, no segmento, R$ 12,3 bilhões. Parte do avanço da CEF no segmento se dará com o fim do repasse a outros bancos dos recursos obrigatórios para o agro que antes, o banco não emprestava.
Na Live desta quinta-feira, Guimarães disse que o banco conseguirá manter sua expansão no crédito imobiliário mesmo emprestando também para o agronegócio, pois tem recursos disponíveis. “Poderemos securitizar tanto no imobiliário quanto no agro, através de LCIs e LCAs”, afirmou.
Por Matheus Piovesana
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