O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 6, mostrou nova deterioração no cenário de crescimento econômico do Brasil. A redução na previsão mediana para Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 foi de 4,78% para 4,71%. Há quatro semanas, estava em 4,93%. Para 2022, a projeção de expansão do PIB recuou de 0,58% para 0,51%. Há um mês, estava em 1,00%.
Considerando apenas as 51 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2021 passou de 4,69% para 4,65%. Para 2022, foram feitas 50 atualizações nos últimos cinco dias, com a estimativa passando de 0,39% para 0,51%.
Para 2023, a projeção de crescimento também cedeu, de 2,00% para 1,95%, ante 2,00% de um mês antes. Já para 2024, a estimativa subiu de 2,00% para 2,10%, ante 2,05% de quatro semanas atrás.
O Banco Central deixou de publicar, no documento do Focus, as projeções para a produção industrial, devido à pouca quantidade de respostas para esse indicador.
O Relatório de Mercado Focus também mostrou hoje que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2021 caiu de 59,60% para 59,50%. Há um mês, estava em 60,15%. Para 2022, a expectativa passou de 63,00% para 63,20%, ante 62,90% de um mês atrás.
O relatório trouxe ainda alteração na relação entre o déficit primário e o PIB deste ano, de 0,70% para 0,60%. No caso de 2022, a estimativa seguiu em 1,20%. Há um mês, os porcentuais estavam em 1,00% e 1,15%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2021 passou de 5,80% para 5,75%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2022, variou de 6,70% para 6,80%. Há quatro semanas, essas relações estavam em 5,90% e 6,55%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Os economistas do mercado financeiro pioraram a projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2021, de US$ 11,44 bilhões para US$ 14,50 bilhões. Há um mês, a mediana era negativa em US$ 10,00 bilhões. Para 2022, o rombo projetado continuou em US$ 19,0 bilhões, mesmo patamar de um mês atrás.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2021 seguiu em US$ 50,00 bilhões, como já estava um mês antes. Para 2022, a expectativa continuou em US$ 56,80 bilhões, ante US$ 60,00 bilhões de um mês antes.
No caso da balança comercial em 2021, a projeção passou de superávit comercial de US$ 70,00 bilhões para US$ 60,30 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 70,25 bilhões. Para 2022, a estimativa de superávit foi de US$ 63,65 bilhões para US$ 63,00 bilhões, ante US$ 63,00 de um mês atrás.
Por Eduardo Rodrigues
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