O agravamento da crise econômica provocada pela pandemia de covid-19 pode fazer o país entrar em recessão técnica no primeiro semestre, disse hoje (20) o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida. A recessão técnica caracteriza-se quando o Produto Interno Bruto (PIB, produção de bens e serviços) cai por dois trimestres seguidos.
Classificando a crise atual de “transitória”, o secretário disse acreditar numa reação da economia a partir do segundo semestre. “Existe uma boa chance de nós termos um PIB não muito favorável no primeiro trimestre e uma redução significativa no segundo trimestre”, disse. “Tomando as medidas corretas, vamos ser capazes de tentar uma recuperação econômica e melhorarmos as estimativas no segundo semestre”, acrescentou.
Há pouco, o Ministério da Economia divulgou a redução da previsão oficial de crescimento da economia de 2,1% para 0,02% em 2020, o que significa estagnação. Instituições privadas, no entanto, projetam números mais pessimistas. O Banco Itaú reduziu a estimativa para o PIB de crescimento de 1,8% para queda de 0,7%, podendo chegar a retração de 1,6% no pior cenário. Na segunda-feira (23), o boletim Focus, do Banco Central, divulgará a mediana das novas estimativas das instituições financeiras.
A revisão do PIB e de outros parâmetros econômicos consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento divulgado a cada dois meses. O secretário de Orçamento Federal, George Soares, disse que a aprovação do estado de calamidade pública pelo Congresso desobriga o governo de divulgar novas versões do relatório, mas informou que o governo poderá apresentar novas estimativas por conta própria nos próximos meses, assim que o cenário econômico global se estabilizar.