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Lucro da Boa Safra cresce 105,3% no 3º trimestre e atinge R$ 88,78 milhões

Houve aumento de 21,7% do volume de sementes de soja vendido em nove meses de 2021 (Foto: Divulgação)

A Boa Safra sementes, companhia produtora de sementes de soja, registrou lucro líquido de R$ 88,78 milhões no terceiro trimestre de 2021, alta de 105,3% ante igual período do ano passado. A receita líquida, recorde, alcançou R$ 586,66 milhões, aumento de 92,12% em relação ao terceiro trimestre de 2020. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também cresceu entre julho e setembro, 104,4%, somando R$ 89,29 milhões. “Foi o melhor desempenho trimestral em seus 12 anos de história”, disse a empresa no relatório de resultados, referindo-se à receita líquida.

A companhia credita o desempenho positivo a uma série de fatores. Um deles foi o aumento de 21,7% do volume de sementes de soja vendido em nove meses de 2021, de 76,6 mil big bags de sementes (1 big bag equivale a 5 milhões de sementes ou 25 sacas de sementes de 40 quilos), acima dos 62,1 mil big bags de igual período de 2020.

“O segundo fator (de sustentação do resultado) é o crescimento das vendas de produtos com maior tecnologia, que contam com germoplasma e eventos de biotecnologia novos e tratamento de sementes. Há sementes que custam R$ 5 mil o bag e outras, R$ 10 mil; tem crescido muito a venda desses produtos (de maior valor)”, disse o diretor-presidente da companhia, Marino Colpo. “Os clientes têm comprado sementes com maior qualidade”, afirmou.

A valorização do dólar ante o real, bem como a alta dos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT, na sigla em inglês) também levaram a uma receita maior, já que influenciam diretamente o preço das sementes de soja. “(Estes) Dois fatores que devem continuar contribuindo para o desempenho no futuro”, pontuou a companhia em comunicado.

Colpo atribuiu os bons resultados, além disso, à antecipação do plantio de soja da safra 2021/22, viabilizada pelo clima favorável aos trabalhos, com chuvas regulares no início da temporada. “Parte do faturamento que ocorreria no quarto trimestre veio para o terceiro trimestre”, comentou. O executivo lembrou que, pelas características da atividade agrícola e da cultura da soja, os dois primeiros trimestres costumam trazer resultados mais fracos, por serem os meses em que a companhia entrega menos volume de semente, enquanto os dois últimos trimestres são os de melhor resultado.

Acumulado No acumulado de nove meses, a Boa Safra contabilizou receita líquida de R$ 641,09 milhões, 79,9% maior do que os R$ 356,30 milhões apurados de janeiro a setembro de 2020. Já no período de 12 meses encerrado em setembro deste ano, a receita líquida aumentou 55,7%, para R$ 873,3 milhões; o Ebitda subiu 45,6%, para R$ 151,7 milhões; e o lucro líquido teve incremento de 113,8%, atingindo R$ 135,64 milhões.

Expansão

A Boa Safra se prepara para expandir sua oferta de produtos e alcance no País em 2022, revelou o diretor-presidente da empresa produtora de sementes de soja, Marino Colpo. “Estamos muito animados para o ano que vem, porque os novos materiais (sementes com novas tecnologias de soja) já estão plantados. Hoje nossas vendas são de (tecnologia) Intacta da Bayer e, no ano que vem, teremos também Intacta 2 Xtend, Refúgio Xtend, além de duas da Corteva, Enlist E3 e Conkesta E3”, disse. “Com isso, passaremos de 30 para 48 novas cultivares. Os produtores têm optado por esses novos materiais, que são um pouco mais caros mas muito produtivos, o que ajuda no faturamento da empresa”, explicou o executivo.

Em 2022, as vendas de sementes com as quatro novas biotecnologias devem representar de 8% a 10% do volume comercializado pela companhia, segundo Colpo. “Esses quatro novos eventos começam a ganhar força no ano que vem. Não temos muito o que fazer para ampliar mais a oferta, é plantar e multiplicar, e para cada grão plantado, multiplicamos em média por 37 vezes (a produção de sementes)”, argumentou Colpo.

Com os planos de maior oferta, a Boa Safra está fazendo uma série de investimentos e deve continuar ampliando sua estrutura. “Fizemos IPO (oferta inicial de ações) para construir novas plantas, aumentar a capacidade. Historicamente estamos em trajetória de crescimento, há muitos anos, e o IPO foi para crescer mais rápido”, comentou. Além das expansões das unidades de Buritis (MG) e Cabeceiras (GO), a empresa está construindo uma nova planta em Jaborandi (BA), cujas obras devem ter início no ano que vem para inaugurar em 2023.

Colpo afirmou também que nos próximos meses a empresa anunciará o início da construção de seus primeiros Centros de Distribuição. “Hoje não temos centro de distribuição, fazemos (a distribuição) por meio da fábrica. O projeto de longo prazo é contar, provavelmente, com sete a oito centros, e construir um a dois por ano”, contou. “Queremos ter Centros de Distribuição nas principais regiões produtoras do Brasil”, complementou.

O executivo disse, ainda, que, enquanto o setor de insumos cresce historicamente ao redor de 7% ao ano em receita, a Boa Safra tem avançado em média 38% por ano. Colpo não informou a previsão de crescimento dos investimentos. Mas sinalizou que vai “continuar investindo forte”. No terceiro trimestre, o Capex somou R$ 19,832 milhões, “puxado pelas linhas de obras e instalações e adiantamento à fornecedores”, conforme o release de resultados.

Por Clarice Couto

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