O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic (a taxa básica da economia) em 0,5 ponto percentual, de 4,25% para 3,75% ao ano. Este é o sexto corte consecutivo da taxa no atual ciclo, após período de 16 meses de estabilidade. Com isso, a taxa está agora em um novo piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.
Desde o início do atual ciclo, o Copom havia aplicado quatro reduções de 0,50 ponto percentual e uma de 0,25 ponto percentual, na reunião passada.
O agravamento da crise global decorrente da pandemia do novo coronavírus levou diversos bancos centrais do mundo a intensificarem o afrouxamento das condições monetárias em economias centrais desde o último fim de semana. Com isso, boa parte do mercado passou de defender um corte de maior magnitude nos juros também no Brasil.
Em levantamento realizado na segunda-feira (16), das 26 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 16 estimaram corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, o que levaria a taxa a 3,75% imediatamente. Outras cinco estimaram corte de 1,0 ponto percentual, enquanto duas projetaram queda de 0,75 pp e outras três, de apenas 0,25 pp – nenhuma casa esperava manutenção da Selic em 4,25%.
O Copom se reúne a cada 45 dias para definir a Selic, buscando o cumprimento da meta de inflação. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão formado pelo Banco Central e Ministério da Economia.
O centro da meta de inflação perseguida pelo BC em 2020 é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (2,00 a 5,00%).
Quando a inflação está alta ou indica que ficará acima da meta, o Copom eleva a Selic. Dessa forma, os juros cobrados pelos bancos tendem a subir, encarecendo o crédito e freando o consumo, assim, reduzindo o dinheiro em circulação na economia. Com isso, a inflação tende a cair.
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