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Com aumento de concorrência, Catho abre mão de mensalidade

A Catho decidiu abrir a plataforma para todos os usuários (Foto: Nataliya Vaitkevich/Pexels)

O site de classificados de emprego Catho decidiu mudar completamente o seu modelo de negócio após 20 anos de existência. A empresa, que tem 80% da sua receita originada do pagamento de pessoas buscando novas posições de trabalho, decidiu abrir a plataforma para todos os usuários, sem a obrigatoriedade de nenhum pagamento de mensalidade.

A mudança ocorre em meio ao aumento da disputa por esse mercado, especialmente com o crescimento da rede social LinkedIn, da Microsoft, e num momento em que a empresa vê queda nas receitas.

Nas duas últimas décadas, a principal via de faturamento da companhia consistia na cobrança de R$ 60 por mês para os candidatos. Segundo o presidente da Catho, Fernando Morette, essa mudança já vinha sendo planejada nos últimos meses e tem o objetivo de aumentar a base de pessoas utilizando a plataforma.

A Catho, no entanto, não vai abrir mão totalmente da cobrança ao usuário final. O modelo que a empresa vai adotar é o “freemium”, que permite a utilização do programa mais básico de maneira gratuita, mas cobra pela utilização de outras ferramentas. No caso da Catho, Morette acredita que não haverá uma queda relevante no número de assinantes, por causa da visibilidade que o pacote pago dá para os candidatos. Segundo ele, a possibilidade de o currículo de uma pessoa que optou por pagar a mensalidade ser visto seria 18 vezes maior do que aquela que acessará a Catho gratuitamente.

TESTES

A empresa chegou a esses números após um período de testes nos estados da Região Centro-Oeste e também na Bahia. “Os projetos-piloto mostraram que há um aumento grande do uso da plataforma, e que o número de usuários gratuitos é 20 vezes maior do que os pagos. Agora, o nosso desafio é criar um plano para que as empresas vejam um valor para pagar a mensalidade”, diz Morette. Além da visibilidade maior, a empresa continuará apostando em serviços como elaboração de currículo e simulações de entrevista.

Porém, outra área de negócio que a Catho quer impulsionar é a cobrança para empresas. Hoje, há 30 mil empresas anunciando 1,3 milhão de vagas simultaneamente na Catho – e não são cobradas por isso. Mas nos últimos anos a empresa tem criado uma série de ferramentas para auxiliar os recrutadores, como o produto “recrutamento perfeito” que promete, por meio de inteligência artificial, encontrar o melhor candidato para uma vaga por meio de uma busca ativa no banco de currículos.

“Acreditamos que esse negócio terá cada vez mais valor e enxergamos que as vendas para as empresas vão chegar a representar metade da nossa receita no futuro”, diz o executivo.

Desta maneira, a Catho quer mudar o resultado negativo que teve no ano fiscal de 2021, finalizado em junho deste ano. A Catho, que é controlada pelo grupo australiano Seek desde 2013, viu a sua receita cair 20% por causa da pandemia, a R$ 122,5 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 4,7 milhões no mesmo período.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por André Jankavski

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