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Aéreas ajustam o curso para enfrentar crise

(Foto: Divulgação)

A Azul (AZUL4) está ajustando sua capacidade para enfrentar o período turbulento devido ao coronavírus. A empresa reduziu a oferta de voos para março entre 20 e 25% e a partir de abril a capacidade será de 35 a 50% menor para proteger a posição financeira diante da pandemia do novo coronavírus.

Segundo presidente da Azul, John Rodgerson, a redução de oferta de voos terá duração aproximada de 60 dias e a licença não remunerada, que já teve a adesão de 600 funcionários, será de dois a seis meses. Não está no radar demitir funcionários.

Além disso, a Azul planeja suspender o recebimento de parte das aeronaves encomendadas à Embraer (EMBR3) para 2020 devido à crise sem precedentes no setor causada pela pandemia da covid-19. As unidades do modelo E2 poderão ser entregues somente em 2021.

A epidemia de coronavírus no mundo já vem afetando o cronograma de entrega de aeronaves da Embraer desde semana passada, segundo o presidente e CEO da divisão de aviação comercial, John Slattery.

Na segunda-feira (16), a Gol (GOLL4) também informou que irá adequar a oferta de voos. A capacidade total será reduzida entre 60 e 70% até meados de junho. A redução no mercado doméstico será na faixa de 50 a 60 por cento. No mercado internacional, o corte será maior, de 90 a 95%.

Na avaliação dos analistas, ao mesmo tempo em que esses ajustes são importantes para ajustar as despesas e manter o equilíbrio do mercado, eles evidenciam o choque de demanda atual enfrentado pelas companhias aéreas.

As movimentações feitas pela Azul e Gol eram muito necessárias, mas não devem evitar novas quedas de curto prazo nas ações das companhias.

Em comunicado, a Gol diz que a covid-19 teve um efeito muito pequeno na operação em fevereiro e que, por isso, não foi preciso ajustar o nível de serviço aos clientes. No entanto, nesses últimos dias houve um declínio “mais significativo” na demanda em todo os mercados de viagens aéreas no país.

As companhias do setor ainda aguardam pelo pacote de medidas por parte do governo que envolverá capital de giro de bancos públicos para segurar o fluxo de caixa, desoneração parcial ou total da folha de pagamentos e isenção de PIS/Cofins sobre o querosene de aviação e venda dos bilhetes. Toda ajuda é bem-vinda para socorrer as companhias aéreas.

Além de Azul e Gol, outra empresa que vem sofrendo nos últimos dias é a Embrear. A situação ainda era tida como pontual pela empresa, afetando alguns poucos clientes da fabricante brasileira, mas a possível suspensão da Azul é mais um indício do que pode se tornar um problema mais sério se a epidemia continuar crescendo no mundo.

Além dos problemas causados pelo vírus a empresa ainda está enfrentando a demora na aprovação do negócio com a Boeing, e convenhamos que com o cenário atual pode demorar, ou não ser finalizada. As ações da companhia já acumulam queda de 49,2% desde o dia 20 de fevereiro.

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