Diante da situação delicada das contas públicas brasileiras e das incertezas no exterior com a possibilidade de colapso da incorporadora chinesa Evergrande, que promete trazer ainda mais instabilidade aos mercados globais nas próximas semanas, os investidores começam a buscar por ativos que possam se beneficiar desse cenário adverso.
De olho nisso, os analistas Marcelo Sá e Matheus Marques, do time de estratégia do Itaú BBA, selecionaram 5 ações que podem sair mais fortes do momento turbulento vivido pelos mercados brasileiros.
Visando mitigar os riscos, os analistas prezaram pela diversificação no processo de seleção dos ativos, escolhendo empresas de 5 setores distintos: Carrefour (CRFB3), Eneva (ENEV3), Gerdau (GGBR4), JBS (JBSS3) e Weg (WEGE3).
Leia, a seguir, as teses de investimento para cada uma dessas ações:
Carrefour
O varejo alimentício, setor do qual o Carrefour faz parte, tende a se mostrar mais resiliente em momentos de instabilidade econômica, além de conseguir repassar a inflação com mais facilidade para os consumidores. Os analistas chamam a atenção para a importância do Atacadão, divisão de atacarejo da empresa, para as receitas do grupo. “[O Atacadão] tende a se beneficiar de um cenário em que os consumidores buscam formas de economizar nas compras.”
A recomendação para os papéis do Carrefour é de compra, e o preço-alvo para as ações é de R$ 30 ao fim de 2021.
Eneva
A Eneva é uma empresa que tende a se manter forte diante da crise hídrica que assola o País, se tratando de uma companhia com forte atuação no segmento de geração de energia térmica. Com os reservatórios das hidrelétricas esvaziados, a demanda por energia térmica aumenta. Sá e Marques destacam ainda a potencial aquisição do complexo de Urucu, estimando que a operação possa gerar R$ 7,9 bilhões de valor para a Eneva, o que equivale a R$ 6,30 por ação.
A recomendação para os papéis da Eneva é de compra, e o preço-alvo para as ações é de R$ 18,60 ao fim de 2022.
Gerdau
A Gerdau é apontada pelos analistas como a empresa favorita do setor de mineração e siderurgia, já que se trata de uma siderúrgica pura, o que reduz o impacto negativo da queda dos preços do minério de ferro sobre suas receitas.
A recomendação para os papéis da Gerdau é de compra, e o preço-alvo para as ações preferenciais é de R$ 40 ao fim de 2022.
JBS
A JBS tem se beneficiado da alta de preços da carne e da valorização do dólar ante o real, uma vez que 75% de suas receitam são provenientes de mercados internacionais. A empresa conta ainda com um portfólio de produtos altamente diversificado.
A recomendação para os papéis da JBS é de compra, e o preço-alvo para as ações é de R$ 47,00 ao fim de 2021.
Weg
Representando o setor industrial, a Weg é apontada pelos analistas como uma empresa que possui uma estratégia clara de longo prazo e um balanço saudável, que pode seguir surpreendendo o mercado com resultados fortes.
Apesar da visão positiva para a empresa, a recomendação para os papéis da Weg é neutra, e o preço-alvo ao fim de 2021 é de R$ 46,00.
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