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Após suspeita de coronavírus, Bolsonaro muda tom sobre doença: ‘é pauta no mundo’

Alguns dias após dizer que existe “muita fantasia” em torno do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro mudou o tom e destacou a seriedade da transmissão do Covid-19, principalmente para os idosos, que fazem parte do grupo de risco. Aos 64 anos, Bolsonaro aguarda o resultado do teste para verificar se ele contraiu a doença – que deve ser divulgado amanhã.

“O assunto de hoje vai ser basicamente o coronavírus, que é o que está hoje na pauta do Brasil e do mundo”, disse Bolsonaro. “Inclusive porque (o vírus) não tem uma grande letalidade, mas para quem tem mais de 60 anos aumenta um pouquinho (o risco), na base de 15%”, disse Bolsonaro.

Ele falou sobre o tema durante transmissão semanal nas redes sociais, ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ambos com máscaras cirúrgicas.

No início do vídeo, Bolsonaro explicou que estava usando a máscara porque foi constatado que o Secretário Especial de Comunicação da Presidência (Secom), Fabio Wajngarten, que integrou comitiva presidencial aos EUA nos últimos dias, apresentou resultado positivo para coronavírus. Com isso, o presidente teve que fazer o teste. A informação foi antecipada pelo Estadão/Broadcast.

“Todos nós que estávamos no voo tivemos que fazer o teste. Ainda não deu o (o meu) resultado. Tem órgão de imprensa dizendo que deu negativo. Tomara que esse fake news fosse verdadeiro. Acredito que nas próximas horas vai ter o resultado”, declarou Bolsonaro.

A informação de que o teste do presidente teria dado negativo foi divulgada pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), pelo Twitter. Alguns minutos depois, no entanto, ela acabou apagando a publicação.

Durante a transmissão, Bolsonaro anunciou que assinará amanhã a Medida Provisória (MP) que libera R$ 5 bilhões, via emendas parlamentares, para o enfrentamento do novo coronavírus. O valor atende a um pedido feito ontem pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao Congresso. A MP tem efeito imediato após a publicação.

Devido ao avanço do coronavírus no País, o presidente também defendeu adiar as manifestações do dia 15 por pelo menos um mês para evitar uma explosão de pessoas infectadas no Brasil. Apesar do pedido de adiamento, Bolsonaro falou que a organização do ato tem dado “um tremendo recado” para o Parlamento por causa das discussões em torno do Orçamento Impositivo.

Quarentena

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou há pouco que o presidente Jair Bolsonaro pode ficar em isolamento domiciliar caso o resultado do teste para o novo coronavírus dê positivo.

“Se der positivo o presidente vai ter que despachar daqui (Palácio da Alvorada). A gente vai recomendar o isolamento domiciliar. Se não der, ou der outro vírus, que é mais comum, o Influenza, a gente libera, vida que volta ao normal”, declarou Mandetta.

Bolsonaro pediu para Mandetta falar sobre os riscos da doença para pessoas acima de 60 anos, como o presidente, aos 64 anos. “A grande maioria sai muito bem, obrigado. Faz um quadro de resfriado, gripe, tem que manter cuidado por conta das outras pessoas”, disse o ministro.

Ele também recomendou que a população deve tomar cuidados, como etiqueta respiratória, usar álcool gel e lavar as mãos. “Vamos lutar muito. Vão ter dias bons, outros difíceis, mas com certeza o Brasil vai sair dessa”, afirmou Mandetta.

Por Julia Lindner e Pedro Caramuru

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