A Nespresso, marca de café em cápsulas da Nestlé, está de olho no crescimento do seu braço digital para aumentar sua presença nos lares brasileiros. Até 2025, a empresa espera que as vendas online atinjam de 60% a 70% das suas vendas. Para isso, a marca aposta no treinamento dos vendedores de fora de suas butiques para ganhar escala.
A companhia criou uma plataforma de digital de treinamento chamada Nespresso Academy. Por meio de aulas online, podcasts e testes, a empresa quer estimular vendedores de outras varejistas autorizadas a oferecer máquinas e cafés da empresa, como Fast Shop, Camicado, Spicy e Angelloni.
O conteúdo tem modelo similar ao que a empresa testou durante a pandemia, que foi o “butique em casa”. Com todas as lojas fechadas por causa das quarentenas, a Nespresso passou a criar aulas e conteúdos explicativos para continuar tendo uma relação com os consumidores. Um dos vídeos da Nespresso ensinando a fazer café com leite soma mais de 50 mil visualizações.
Quem está à frente dessa estratégia é o diretor comercial da Nespresso, Gabriel Nobre. Segundo ele, as máquinas da companhia estão presentes em 1,7 mil pontos de venda pelo País. Seu objetivo é ganhar mercado nas residências das classes A e B. Atualmente, a Nespresso estima que está em 20% das casas dos mais endinheirados do País – a meta é chegar a 35%.
“Somos os pioneiros da Nespresso no mundo a ter uma estratégia como essa. Dependendo o resultado, a estratégia será ampliada a nível global”, afirma Nobre. Segundo ele, a expansão de butiques da empresa deve continuar mesmo com o avanço do Nespresso Academy. Atualmente, são 33 butiques, mas outras três devem ser abertas até o fim do ano.
De acordo com o executivo, existe uma grande expectativa com o crescimento do mercado de café em cápsula no Brasil, ainda mais por ser um dos países em que mais se consome a bebida no mundo. Hoje, a subsidiária brasileira da Nespresso está entre as dez mais importantes da companhia.
No primeiro semestre, as vendas globais da Nespresso chegaram a US$ 4 bilhões, crescimento de 14,6% em comparação ao mesmo período de 2020. A operação das Américas, de que o Brasil faz parte, teve um crescimento de dois dígitos nesse período.
Na visão de Katherine Sresnewsky, professora do núcleo de varejo da ESPM, a Nespresso precisará conseguir aproximar a qualidade do seu marketing da experiência de visita às butiques. “A saída de trazer mais educação aos vendedores pode ser uma boa saída, pois eles que acabam transmitindo (o conceito) de forma mais natural para o consumidor.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por André Jankavski
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