Uma multidão de cerca de dois milhões de pessoas tomou as ruas de Santiago em uma manifestação que marcou o Dia Internacional das Mulheres. A marcha se concentrou na Praça Itália, centro da capital chilena e símbolo dos protestos que há quatro meses pressionam o governo de Sebastián Piñera e já conseguiram mudanças, como a convocação de um referendo sobre a elaboração de uma nova Carta Magna. A atual foi elaborada ainda na ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Muitas manifestantes portavam lenços verdes, símbolo de um movimento surgido na Argentina em defesa da legalização do aborto no país e rapidamente replicado pelo mundo, além de cartazes pedindo ações do governo e da sociedade para enfrentar a violência contra as mulheres. Apesar de pacífica, houve confrontos com a polícia em alguns pontos de Santiago.
“Somos uma geração de mulheres que gritou e acordou. Não temos mais medo, nos atrevemos a falar e lutar”, disse Valentina Navarro, de 21 anos, à agência Reuters.
A grande maré roxa e verde, cores que representam o 8 de março e a luta pelo aborto, respectivamente, dominaram as ruas entre faixas, gritos e performances artísticas.
Entre elas, a mais repetida foi “Um estuprador no seu caminho”, de autoria do coletivo feminista chileno Las Tesis. “E a culpa não era minha, nem de onde eu estava, nem de como me vestia. O estuprador é você”, diz o refrão da música, que viralizou na internet, foi adaptada para várias línguas e reproduzida em diversos países. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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