A alta de 12,4% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2021, na comparação com igual período de 2020, foi a maior variação nessa base de comparação desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado já era esperado, uma vez que o segundo trimestre de 2020 registrou o pior momento dos efeitos da pandemia de covid-19 sobre a economia. O PIB do segundo trimestre de 2020 tombou 10,9% ante igual período de 2019, a maior queda da série histórica.
Com a base de comparação nas mínimas, várias das altas dos componentes desagregados do PIB registraram, na comparação do segundo trimestre com igual período de 2020, as maiores taxas já vistas na série histórica iniciada em 1996.
“Várias taxas dessas interanuais são recordes na série, exatamente por conta desse efeito da base de comparação”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Pela ótica da oferta, indo ao menor nível de desagregação do IBGE, a maior alta foi vista no PIB da indústria de transformação, com salto de 25,8% sobre o segundo trimestre de 2020. Já pela ótica da demanda, o destaque em termos de taxa de variação foi da formação bruta de capital fixo (FBCF), com salto de 32,9% na mesma base de comparação.
Ainda assim, houve algumas exceções. A alta das exportações foi de 14,1% sobre o segundo trimestre de 2020, a maior alta nessa base de comparação desde o primeiro trimestre de 2004. Naquela ocasião, houve salto de 18,2%, quando, na saída da rápida recessão de 2003, as exportações cresceram na esteira do câmbio favorável e da demanda externa crescente.
O salto de 20,2% nas importações do segundo trimestre ante igual período do ano passado foi o maior desde o quarto trimestre de 2010. Naquela ocasião, a alta foi de 24,5% sobre igual período de 2009. O ano de 2010 foi marcado pelo maior crescimento econômico anual da série histórica do IBGE, na esteira da recuperação após a crise econômica internacional de 2008, impulsionando a demanda interna por importados.
A alta de 4,2% no consumo do governo, na comparação com o segundo trimestre de 2020, também foi a maior desde 2010. No terceiro trimestre daquele ano, esse componente cresceu 4,8% sobre igual período de 2009.
Por Daniela Amorim e Vinicius Neder
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