O Ibovespa iniciou agosto em leve recuperação após ter amargado na sexta-feira perda de 3%, a maior desde março. A desaceleração de Nova York à tarde – ao final, sem direção única, com Dow Jones e S&P 500 no vermelho – acomodou o índice da B3 abaixo dos 123 mil pontos nesta segunda-feira, 2, em que, após ter recuperado os 124 mil pontos pela manhã, fechou em moderada alta de 0,59%, aos 122.515,74 pontos, entre mínima de 121.796,86 e máxima de 124.536,25 pontos, saindo de abertura aos 121.802,61. O giro financeiro ficou em R$ 35,0 bilhões. No ano, o Ibovespa acumula ganho de 2,94%, vindo de perda de 3,94% em julho, a primeira desde fevereiro.
“Tivemos um estresse na semana passada, principalmente na sexta-feira, nos DIs, na Bolsa e no dólar, com alguma normalização vista hoje nos três mercados, especialmente de manhã. Os balanços e dados econômicos prevaleceram sobre as preocupações quanto à variante Delta e a liquidação de ativos, na semana passada, na China“, diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos. “Hoje foi o último dia de reserva para o IPO da Raízen – amanhã tem a precificação desse IPO, que promete ser o maior já visto na bolsa brasileira. E que pode ter sido responsável, em parte, pela queda no secundário, com investidores e principalmente fundos liquidando posições para ingressar nesta e em outras ofertas públicas.”
Hoje, a B3 divulgou a primeira prévia para a nova carteira do Ibovespa, que irá vigorar de 6 de setembro a 31 de dezembro, com base no fechamento do pregão de 30 de julho. A prévia do Ibovespa registra a entrada da Alpargatas PN (ALPA4), Banco Inter PN (BIDI4), Banco Pan PN (BPAN4), Meliuz ON (CASH3) e Rede D’Or ON (RDOR3), totalizando 89 ativos de 85 empresas, sem a saída de nenhum papel do índice. As próximas prévias para a carteira de setembro a dezembro serão divulgadas nos dias 16 de agosto e 2 de setembro.
“As ações incluídas no índice Ibovespa no passado valorizaram, na média, +10,4% trinta dias antes do rebalanceamento. Uma alta nos preços, antes e depois do evento, pode ser explicada pelo fato de elas serem alvo de compra por parte de fundos e levar a um maior interesse de investidores”, apontam em relatório os estrategistas Jennie Li e Fernando Ferreira, e os analistas Yuri Pereira e Thales Carmo, da XP.
Acompanhando desde cedo o exterior, em semana que reserva os balanços trimestrais de grandes bancos brasileiros, como Itaú (PN +0,59%), Bradesco (ON +0,82%) e Banco do Brasil (ON +1,36%), o Ibovespa, mesmo limitando muito a recuperação na reta final da sessão, conseguiu interromper série de duas perdas, em dia bem negativo para o petróleo, em queda superior a 3%, em ajuste técnico neste começo de mês em que a Opep+ passa a implementar o acordo para aumento da produção do cartel em 400 mil barris por dia.
Petrobras PN (-1,86%) e ON (-0,95%) fecharam em baixa, enquanto Vale ON avançou apenas 0,16%, após ter encerrado a sexta-feira na mínima do dia, em queda de 5,89%. Na ponta positiva do Ibovespa nesta abertura de semana, Totvs (+4,55%), Americanas ON (+4,42%), Taesa (+4,08%) e Hypera (+3,79%). Após a forte e bem distribuída correção da sessão anterior, quando apenas três ações do Ibovespa conseguiram fechar o dia no positivo, hoje parte dos papéis não acompanhou a retomada parcial, entre os quais BB Seguridade (-1,73%), que divulgou balanço trimestral, e CVC (-2,02%) – esta à frente de Petrobras PN (-1,86%) na ponta negativa.
Por Luís Eduardo Leal
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