Recém-empossado como ministro da Casa Civil, o general Walter Braga Netto deu o primeiro passo para a sua aposentadoria das Forças Armadas. Nesta sexta-feira, 27, o Diário Oficial da União (DOU) traz a sua transferência para situação de adido ao Estado-Maior do Exército, uma etapa burocrática. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, após aceitar assumir a pasta no governo de Jair Bolsonaro, o militar decidiu antecipar sua ida para a reserva.
Braga Netto assumiu a Casa Civil no dia 18, no lugar de Onyx Lorenzoni, deslocado para o Ministério da Cidadania. O general completaria quatro anos no posto de general de Exército em 31 de julho e, pelo Estatuto dos Militares, cairia na “expulsória”. O termo é usado na caserna quando o militar tem de pedir sua transferência obrigatória para a reserva.
Ao pedir sua aposentadoria, o general se afasta do Exército e ajuda a narrativa de que a instituição é de Estado e está fora de discussões políticas. No Alto Comando há uma preocupação com a possibilidade de se misturar Exército com governo. Oficiais insistem em deixar claro que este não é um governo militar, embora o presidente Jair Bolsonaro seja um ex-capitão do Exército. Além disso, o vice-presidente Hamilton Mourão também é general e vários ministros são oriundos das Forças Armadas.
Com a saída de Braga Netto, as promoções de 31 de março terão duas vagas de general quatro estrelas, o mais alto posto da Força. A primeira, do general Geraldo Antonio Miotto, atual Comandante Militar do Sul, será ocupada por Fernando José Sant’Anna Soares e Silva, designado para o Comando Militar do Oeste, em Campo Grande (MS). Para o lugar de Miotto, em Porto Alegre, irá o general Valério Stumpf Trindade, que deixará a Secretaria de Economia e Finanças do Exército.
A segunda vaga de quatro estrelas das promoções de março ficará com o general Eduardo Antonio Fernandes. Ele irá para o comando Militar do Sudeste, em São Paulo, no lugar do general Amaro.
Por Tânia Monteiro
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