Em meio ao avanço global de casos do coronavírus, a atividade industrial da China, segunda maior economia do mundo, caiu a um mínimo histórico em fevereiro deste ano. A informação foi divulgada neste sábado, 29, (noite de sexta-feira, 28, no horário de Brasília) pelo Bureau Nacional de Estatísticas (BNS).
O índice de gestores de compras (PMI) para o mês de fevereiro se situou em 35,7 pontos, contra 50,0 em janeiro, segundo o BNS. Uma cifra acima de 50 indica expansão da atividade e abaixo, contração. O resultado é muito inferior à previsão dos analistas consultados pela agência Bloomberg (45,0) e pelo Wall Street Journal (43,0).
Os setores automobilístico e de equipamentos especializados foram muito afetados, revelou o BNS. Mas a entidade chinesa está otimista: “a epidemia de pneumonia pelo novo coronavírus teve mais repercussões (que o previsto) na produção e nas operações das empresas chinesas, mas parece caminhar para seu controle e o impacto na produção se atenua progressivamente”. A maioria dos analistas avalia que o crescimento econômico da China será muito afetado no primeiro trimestre.
De acordo com o banco holandês ING, essa divulgação “chocará o mercado na segunda-feira”. A instituição financeira destaca que o dado cedeu para um nível pior do que o alcançado durante a crise financeira global de 2008 e 2009, quando o PMI industrial ficou na faixa entre 38,8 e 45,3 pontos. “Isso é suficiente para chocar o mercado”, afirma.
“O coronavírus não apenas interrompeu a produção, como também quebrou a cadeia de suprimentos, o que explica o PMI muito baixo”, ressalta o ING. Segundo a instituição financeira, mesmo que a produção possa se recuperar na China em março, o país ainda enfrentará o risco de um baixo nível de pedidos de exportação. “Isso ocorre porque a cadeia de suprimentos continuará quebrada, desta vez na Coreia do Sul, Japão, Europa e EUA, onde o coronavírus começou a se espalhar”, diz o banco.
Por Iander Porcella. Com agências internacionais
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