Os mercados internacionais tiveram um pregão volátil nesta quarta-feira (21), feriado de Tiradentes no Brasil. Durante boa parte do dia, a cautela com a piora da pandemia em alguns países do mundo, como a Índia, prevaleceu. No entanto, ao longo da sessão, o foco dos investidores se deslocou para os sinais de retomada econômica nos Estados Unidos. Com isso, as bolsas de Nova York fecharam em alta e o dólar, que havia se valorizado com a busca por segurança, recuou ante os pares. Na renda fixa, os juros dos Treasuries não mantiveram direção única após o Departamento do Tesouro americano realizar um leilão de T-bonds de 20 anos.
Em Wall Street, após dois pregões de realização de lucros, o Dow Jones avançou 0,93%, a 34.137,31 pontos, o S&P 500 também subiu 0,93%, a 4.173,42 pontos, e o Nasdaq registrou alta de 1,19%, a 13.950,22 pontos. “Uma semana tranquila de dados e eventos resultou até agora em uma semana tranquila para os mercados”, afirmam analistas do banco americano Citi.
Os investidores, contudo, continuaram de olho nas divulgações de balanços. O papel da Netflix registrou perda de 7,40%. A plataforma de streaming informou ontem que seu lucro líquido deu um salto de 140% no primeiro trimestre de 2021, na comparação anual. No entanto, o número de novos usuários decepcionou. Globalmente, a empresa ganhou 3,98 milhões de novos assinantes líquidos entre janeiro e março deste ano, mas a previsão era de que registrasse 6,3 milhões de novos clientes, de acordo com o analista chefe de mercado da CMC Markets, Michael Hewson.
Na Europa, as bolsas também recuperaram parte das perdas recentes. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,65%, para 436,64 pontos. Em Paris, o CAC 40 avançou 0,74%, a 6.210,55 pontos, após o governo francês anunciar a retirada de medidas restritivas a partir de maio. Em Londres, ações de petroleiras e mineradoras contribuíram para o avanço de 0,52% do índice FTSE 100, que fechou em 6.895,29 pontos.
Durante boa parte do pregão, o dólar subiu ante os pares, o que refletia a cautela com a pandemia. À tarde, contudo, alguns investidores venderam a moeda americana e apostaram em ações. Assim, o índice DXY, que mede a variação do dólar contra seis rivais, registrou baixa de 0,09%, a 91,155 pontos.
As atenções no mercado cambial devem se voltar agora para a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE), que será divulgada nesta quinta-feira (22). De acordo com analistas ouvidos pelo Broadcast, a autoridade europeia não mudará a política, mas pode intensificar o debate sobre o melhor momento de iniciar o clico de aperto monetário.
Voláteis, em um pregão com poucos eventos e divulgações de indicadores macroeconômicos, os juros dos Treasuries não mantiveram sinal único. No horário de fechamento do mercado em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos operava estável em 0,149%, o da T-note de 10 anos caía a 1,555% e o do T-bond de 30 anos recuava a 2,253%.
O leilão de US$ 24 bilhões em T-bonds de 20 anos realizado hoje registrou yield (retorno) de 2,144%. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda pelos títulos, ficou em 2,42x, acima da média recente de 2,34x, de acordo com dados do BMO Capital Markets. As ofertas indiretas, que representam a demanda externa, por sua vez, levaram 58,7% do montante ofertado, abaixo da média recente de 59,4%.
Apesar de reduzida, a cautela com o avanço do coronavírus no mundo impactou o petróleo, que recuou. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para junho fechou em baixa de 2,11% (-US$ 1,32), a US$ 62,35 o barril, enquanto na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para o mesmo mês recuou 1,88% (-US$ 1,25), a US$ 65,32 o barril.
Por Iander Porcella
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