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Do antigo Café Octavio ao Itaú, leilão de Cepacs vai repaginar a Faria Lima

Agentes do mercado imobiliário e financeiro estão prevendo uma demanda “absurda” no leilão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) da Operação Consorciada Urbana Faria Lima, previsto para acontecer até a metade do ano. Se vender todo o estoque de títulos, o certame pode movimentar em torno de R$ 3 bilhões. Muitos empreendimentos não saíram do papel nos últimos anos justamente pela falta de títulos que lhes permitissem aproveitar melhor o terreno. Portanto, é esperada que a maior fonte de demanda venha das empresas que já têm terrenos na região ou opções de compra de áreas, contando com projetos já avançados. Essa demanda, por si só, seria suficiente para consumir grande parte do estoque de Cepacs que será leiloado, dizem fontes.

Ao menos cinco projetos estão no forno

“Este será o último leilão da Faria Lima. Tem uma demanda absurda. Todas as incorporadoras precisam de Cepacs. Têm ao menos uns cinco a seis projetos dependendo deste leilão para prosseguir”, afirmou uma fonte. “O tamanho do leilão chama atenção porque tem muita demanda que já está lá, vinda de empresas que já estão no jogo”, apontou outra fonte, de consultoria imobiliária.

Empresa da família Dellape Baptista é candidata

Entre as candidatas naturais a participar do leilão está a Partage, empresa de propriedades comerciais da família Dellape Baptista, uma das fundadoras da farmacêutica Aché. Ela já é dona de andares nos prédios mais caros da Faria Lima, como o Birmann 32 (o prédio da baleia) e o Plaza Iguatemi (em frente ao shopping). Além disso, possui o terreno onde funcionou o clube Arena XP, quase na esquina com a JK.

JÁ COLOCOU TAPUME

Outra possível participante é a Stan, dona do terreno cercado de tapumes na esquina da Faria Lima com a Cidade Jardim. O local deve abrigar um prédio corporativo no futuro, cujo porte final dependerá da quantidade de Cepacs. A Bolsa de Imóveis, tradicional empreendedora da região, também é vista como potencial participante do leilão, já que possui ao menos três projetos dentro do perímetro da Operação Faria Lima.

CAFÉ

Algumas quadras também devem passar por transformações significativas. É o caso do quarteirão onde ficava o antigo Octávio Café. A família Quércia, dona do imóvel, chegou a negociar a sua venda para a Helbor no ano passado, mas o negócio não se concretizou. Agora, os Quércias têm estudado desenvolver um empreendimento por conta própria ali.

BATATA

O Largo da Batata também será uma zona de transformação. A gestora Jacarandá Capital possui uma área equivalente a dois quarteirões ali e deve criar um novo complexo imobiliário. Para isso, a gestora negocia com incorporadoras.

O leilão de Cepacs pode atrair até um bancão. O Itaú Unibanco é o dono do Edifício Faria Lima 3.500, adquirido em 2024 por R$ 1,5 bilhão, tornando o imóvel conhecido como o prédio de escritório mais caro do Brasil.

TUDO PRONTO

Ali funciona o seu braço de investimento, o Itaú BBA. Pois bem, esse edifício pode ganhar um “puxadinho”. Isso porque o imóvel tem uma área construída que equivale a cerca de 2,5 vezes o terreno, mas ele poderia chegar a 4,0 vezes mediante acréscimo de Cepacs. O prédio foi construído pela Tishman Speyer (a mesma do Rockefeller Center) e já tem fundação e estrutura preparada para receber mais andares.

DATA…

O BNDES aprovou um financiamento de R$ 180 milhões para a Scala Data Center investir na aquisição e instalação de equipamentos e materiais. A empresa tem operações ou projetos em desenvolvimento em Barueri (SP), Campinas (SP), Jundiaí (SP), Porto Alegre (RS), Eldorado do Sul (RS), Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE). Os novos investimentos visam atender uma demanda crescente por infraestruturas para computação em nuvem, inteligência artificial e machine learning (aprendizado de máquina).

…CENTER.

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o apoio ao setor de data center se dá pela importância para o processamento, armazenamento, tratamento e distribuição de dados no ambiente digital. “Até 2030, a estimativa é que o volume de dados alcance 600 trilhões de gigabytes no mundo, exigindo cada vez mais infraestruturas para essa finalidade”, declarou Mercadante, em nota.

PARCERIA

O banco BS2 fechou um acordo com a Opera Capital, securitizadora especializada em crédito para pequenas e médias empresas sediada em Santa Catarina. A expectativa é ampliar a presença do banco na região Sul do País, e também aumentar a oferta de produtos e serviços da Opera. A expectativa é movimentar, juntos, mais de R$ 10 bilhões até 2027, volume que corresponde à originação de crédito.

Por Circe Bonatelli, Altamiro Silva, Daniela Lima e Matheus Piovesana

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