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Danone acusa Lifeway de violar dever fiduciário; empresa diz que busca fim de acordo

A norte-americana Lifeway Foods, empresa de kefir e produtos probióticos, reiterou na segunda-feira, 6, sua rejeição às propostas de compra da Danone. Por nota, a empresa voltou a dizer que o acordo de acionistas entre as empresas, de 1999, viola a legislação do Estado de Illinois e que buscará anular o acordo. A declaração é uma resposta à carta da Danone na América do Norte ao conselho administrativo da Lifeway, com data de 30 de dezembro, que afirma que o acordo é válido e que buscará responsabilizar a CEO da companhia, Julie Smolyansky, e seus diretores por violações de deveres fiduciários.

A francesa Danone – que tem cerca de 23% da Lifeway – fez uma proposta em setembro para adquirir o restante da empresa dos EUA por US$ 25 por ação, ampliando a oferta em novembro para US$ 27 por ação. A Lifeway rejeitou as ofertas alegando que elas subestimavam seu valor, mas disse que não se opunha a uma potencial venda.

Segundo a carta assinada da Danone, assinada pelo vice-CEO na América do Norte, Shane Grant, “são infundados os argumentos fabricados para invalidar um contrato pelo qual todas as partes têm cumprido por mais de 25 anos”. Para ele, a Lifeway permite que Smolyansky se envolva em “desperdício e destruição de valor” e que seus diretores coloquem os interesses da executiva acima dos de acionistas públicos.

Em nota, a Lifeway disse que “um acordo inválido não se torna válido simplesmente porque ambas as partes seguem seus termos por um período de tempo, não importa quão longo”. A empresa afirmou que pretende buscar todos os meios legais disponíveis para “fazer valer a legislação de Illinois e anular o acordo”. Além disso, a companhia avalia com consultores externos o relacionamento entre as partes, a fim de proteger os interesses da empresa e de seus acionistas, segundo a nota.

Ainda na carta, a Danone disse ao conselho que houve violação do acordo com a concessão de quase 300 mil novas ações da Lifeway à Smolyansky. “Em seu registro junto à legislação de valores mobiliários, a Sra. Smolyansky reconheceu que essa emissão exigia o consentimento da Danone, conforme o acordo firmado, e admitiu ainda que esse consentimento não foi concedido”, disse.

Segundo Grant, a emissão é, portanto, nula, e a Danone “tomará todas as medidas necessárias para fazer valer seus direitos conforme o acordo de acionistas e a lei fiduciária de Illinois”.

“Ao perceber o aumento do potencial de venda da empresa, o conselho aparentemente autorizou um programa de concessão de ações que destrói valor, em violação flagrante ao Acordo de Acionistas”, escreveu Grant.

A Lifeway disse que o conselho acredita que a continuidade da liderança de Smolyansky é fundamental para “garantir o sucesso do plano de negócios independente da empresa”. A empresa citou, em comunicado, que a CEO liderou um período de crescimento bem-sucedido, incluindo 21 trimestres consecutivos de crescimento até o quarto trimestre de 2024.

Por Ana Ritti

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