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Para dezembro, afluência natural para reservatórios pode ser segunda menor em 94 anos, diz CMSE

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou nesta quarta-feira, 4, que a Energia Natural Afluente (ENA) deve ficar abaixo da média histórica para todos os subsistemas, exceto para o Sul, considerando o cenário inferior. Para o Sistema Interligado Nacional (SIN), o estudo aponta condições de afluência prevista em 58%, sendo o 2º menor valor para o mês, em 94 anos.

Esse indicador é avaliado com a chamada Média de Longo Termo (MLT). A previsão para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte é de 55%, 153%, 26% e 33% da MLT, respectivamente.

Já no cenário mais favorável, as previsões são de 95%, 92%, 63% e 50% da MLT, respectivamente, para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Nessa perspectiva mais positiva, o Sistema Nacional pode ficar com as condições de afluência de 85% da MLT, sendo o 21º menor valor para um histórico de 94 anos. No mês, tradicionalmente são esperadas melhores condições, após o período de seca.

Outro indicador é a energia armazenada. A expectativa para dezembro é de 42,1%, 54,1%, 41,3% e 41,4% de armazenamento nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, no cenário inferior.

No cenário otimista, há a previsão de 49,3%, 50,9%, 51,3% e 49,3% de armazenamento, considerando a mesma ordem. Para o Sistema Interligado Nacional (SIN), os resultados devem ser de 42,8%, para o cenário menos favorável, e de 49,7% para o mais favorável.

O Comitê informou que no mês de novembro as bacias do Tietê, Grande, Paranaíba e trecho do Madeira, dentro dos territórios boliviano e peruano, apresentaram precipitação superior à média climatológica, comportamento também observado no mês anterior.

Na reunião desta tarde, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostrou que em novembro houve recorde de geração eólica, na média horária. No Norte, Sudeste e Centro-Oeste, foram verificados recordes de geração solar fotovoltaica, na média diária.

Curvas Referenciais

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou nesta quarta-feira as chamadas Curvas Referenciais de Armazenamento (CREF) para 2025. A ferramenta é considerada estratégica para verificar monitoramento das condições dos reservatórios e verificação da necessidade de geração termelétrica.

Em nota, o Comitê disse que as metodologias da construção da CREF de 2024 serão repetidas para o ano que vem, visando “previsibilidade” do setor elétrico. A Nota Técnica sobre a metodologia aprovada será finalizada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e disponibilizada aos agentes.

Essa ferramenta tem uma classificação de três faixas – verde, amarela e vermelha. Essas faixas variam conforme a criticidade do armazenamento. Na prática, indicam o montante de geração termelétrica necessária para a garantia do suprimento de energia elétrica.

“O uso da ferramenta está alinhado à avaliação contínua da eficácia do recurso termelétrico, à análise de custos e à busca por soluções alternativas que possam mitigar riscos no abastecimento”, menciona o CMSE.

Por Renan Monteiro

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