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André Esteves: Pacote fiscal é ‘menos ruim’ do que a reação exagerada do mercado

O pacote fiscal do governo Lula, detalhado nesta quinta-feira, 28, pela equipe econômica, é “menos ruim” do que a reação exagerada do mercado financeiro. A avaliação é do banqueiro André Esteves, sócio e chairman do BTG Pactual.

“O pacote está na direção certa, tem medidas boas”, disse Esteves há pouco em painel com Felipe Miranda, sócio da Empiricus, no evento de 15 anos da casa de análise em São Paulo.

O banqueiro afirmou que a isenção do Imposto de Renda (IR) para a faixa de até R$ 5 mil foi o ponto de maior decepção no pacote. Ele afirma que essa medida deveria ter sido compensada de alguma forma como, por exemplo, por mudanças na questão dos pensionistas. Apesar da decepção, Esteves projeta que meta fiscal tem condições de ser cumprida no próximo ano.

Ele pondera que o País precisa definir prioridades para não continuar “com um pé no freio, que é política monetária, e outro no acelerador, que é o fiscal” da atividade ao mesmo tempo. Ele pontua que “muita expansão fiscal, desemprego baixo e a vontade do governo de repor o salário mínimo” geram pressão inflacionária.

“É uma situação difícil. Mas é preciso dizer que o atual momento é melhor do que aquele quando o Plano Real foi lançado ou quando o presidente Lula assumiu no primeiro mandato. Não estamos na beira do precipício”, disse Esteves. “O ministro da Fazenda, Fernando Haddad tem a cabeça no lugar. Está com discurso legal, fez pacote para cumprir o ‘primário’ no ano que vem. Agora, é preciso fazer o básico”, disse Esteves.

Por Karla Spotorno

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