O governo instalou formalmente nesta terça-feira, 5, o grupo de trabalho (GT) que discutirá alternativas para reduzir o spread bancário – a diferença entre o custo do dinheiro para o banco (o quanto ele paga ao tomar empréstimo) e o quanto ele cobra para o consumidor na operação de crédito. Participam do grupo membros do governo e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A coordenação política é do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) da Presidência da República, enquanto a coordenação técnica é do Ministério da Fazenda. O objetivo é avançar em medidas que ajudem a melhorar o ambiente e os custos de crédito aos setores produtivos.
“Estamos aqui para construirmos uma agenda de trabalho sobre como atacar as variáveis que mais pesam na composição do spread bancário”, disse o presidente da Febraban, Isaac Sidney, na solenidade de instalação do GT. “Estamos convencidos de que uma queda efetiva do nível dos spreads bancários passa, necessariamente, pela redução dos custos da intermediação.”
Sidney disse que um terço do custo de crédito no País vem da inadimplência e que o setor bancário brasileiro tem a maior carga tributária no mundo, com 50% de alíquota nominal de tributação corporativa. “Além disso, o Brasil é o país que menos recupera garantia bancária, o que mais tempo demora e o que mais custo tem para recuperá-la.”
O GT foi idealizado em setembro após reunião da Febraban com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Na reunião entre os bancos privados e o presidente Lula, em outubro, a prioridade ao grupo foi reforçada.
A ideia é somar contribuições de várias entidades setoriais. O grupo terá seis eixos temáticos, ligados a pontos como a inadimplência, o crédito para pequenas empresas, custos administrativos e tributários, prevenção e combate à fraude, fundos garantidores e acesso a dados e plataformas digitais.
O grupo deve divulgar o relatório final em março do ano que vem. Além de representantes da Febraban, participarão membros da Zetta, da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), da Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de bancos privados e públicos e das centrais sindicais.
Por Matheus Piovesana
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