As empresas alemãs têm investido pesadamente nos Estados Unidos recentemente, com aspectos geopolíticos e condições de produção local atrativos, avalia o Bundesbank.
Em capítulo de relatório mensal publicado nesta terça-feira, 21, o Banco Central da Alemanha observou que, ao se considerar dados de estoque, os EUA e a zona do euro são os locais mais importantes para o investimento estrangeiro direto (IED) feito pelo país na indústria. No final de 2022, as duas regiões econômicas representavam coletivamente mais de metade do capital social alemão detido na indústria transformadora através do IED.
Entre o final de 2020 e o final de 2022, os estoques de IED alemão em setores econômicos intensivos em energia nos EUA aumentaram de forma, particularmente, acentuada. Em conexão com a queda na produção industrial na Alemanha, isso pode indicar que empresas com uso intensivo de energia estão se valendo de unidades de produção estrangeiras devido aos custos de produção relativamente baixos, entre outros fatores, segundo o Bundesbank.
Em relação a investimentos diretos na China, o Bundesbank pontuou que a importância do país asiático como destino do IED alemão na indústria cresceu no período de 2020 a 2022 em um ritmo acelerado em relação aos anos anteriores. Mas o grande investimento de empresas alemãs na China foi atribuído em grande parte aos lucros reinvestidos nos últimos anos e no primeiro semestre de 2024.
Nos últimos anos, esses elevados reinvestimentos esconderam o fato de que os novos recursos destinados ao país asiático ficaram mais brandos. Até certo ponto, o capital tem sido mesmo retirado do país, observou o Bundesbank.
Já em termos de atratividade como local para empresas multinacionais, a Alemanha compete intensamente com outras nações industriais pelo IED. Mas, dentro da zona euro, a França e a Espanha têm sido países mais bem-sucedidos na atração dos investimentos, observou o Bundesbank.
Por Patricia Lara
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