O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sugeriu, nesta quinta-feira, 17, que pode “acabar” com as apostas eletrônicas caso a regulamentação do setor se mostre insuficiente para controlar a quantidade de recursos investidos e o vício da população.
“Tínhamos duas opções: ou acabava definitivamente ou a gente regulava. A gente optou pela regulação. Nesta semana, mais de 2 mil bets saíram do ar. Vamos ver se a regulação dá conta. Se der conta, está resolvido o problema. Se não der conta, eu acabo, para ficar bem claro”, declarou.
E completou: “Não tem controle do povo mais humilde, criança com celular na mão fazendo aposta. Não queremos isso.”
A declaração foi dada em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia, Estado no qual Lula participa, nesta quinta à noite, de um comício do candidato do PT à prefeitura de Camaçari, Luiz Caetano, que disputa o segundo turno contra Flávio Matos (União Brasil).
Antes de ser questionado sobre as “bets” diretamente, Lula fez um relato de um episódio que viveu em 1974 envolvendo apostas. Mesmo sem se referir às apostas esportivas e ao impasse atual envolvendo as “bets”, o presidente disse que esse episódio fez com que ele não apostasse mais.
“Eu, uma vez, ganhei na loteria esportiva. Estava com a mãe da Lurian sentado e quando começou a zebrinha a falar, fiquei olhando minha cartela e fiz os 13 pontos. Pus a cartela no bolso, não falei para a minha namorada, para a mãe dela. Cheguei em casa e não contei para minha mãe, para ninguém. Descobri que eu tinha um lado avarento, que não era correto. Achei que estava rico e não queria contar para ninguém. No outro dia, saí para trabalhar, cheguei no jornal e vi que mais de 50 mil pessoas ganhou (sic). Puta merda, descobri que fiquei pobre outra vez (risos). Aí nunca mais eu joguei. Estou falando de 1974. Nunca mais eu joguei porque descobri que tinha um lado avarento. O demônio foi solto”, contou.
Por Gabriel Hirabahasi e Sofia Aguiar
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