O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta terça-feira ser importante que o avanço fiscal no País dê condições para que o Banco Central defina o patamar da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 17 e 18 de setembro. De acordo com ele, a decisão da autoridade monetária deve ser baseada nos dados e na economia real.
“É importante que a credibilidade fiscal e o equilíbrio fiscal que a gente tem buscado com tanta ênfase no Ministério da Fazenda dê condições para que o Banco Central tome sua decisão, respeitada sua competência, observando a consolidação e o avanço do fiscal do País”, disse em entrevista à CNN Brasil. Ele reiterou que os dados de resultado primário, próximo da meta de déficit zero, pautam o BC na definição da taxa básica de juros.
O secretário foi questionado sobre a tese disseminada de que a alta de 1,4% do PIB no segundo trimestre, divulgada nesta terça, fortalece a expectativa de aumento na Selic na próxima reunião do BC. Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a surpresa com o resultado do PIB acima do esperado praticamente moldou a curva de juros na manhã desta terça-feira, com o mercado não só embutindo nas taxas a possibilidade de uma alta de 0,5 ponto porcentual na Selic, como passando a analisar a possibilidade de um ciclo mais longo de aperto monetário, levando em conta ainda o risco fiscal doméstico.
Durante a entrevista, Durigan reforçou que a equipe econômica tem mostrado, com transparência, ser “perfeitamente possível” atingir a meta de déficit zero este ano, assim como no ano que vem. Para 2025, o secretário afirmou que o objetivo será o mesmo perseguido em 2024: de construção de uma nova relação entre Fisco e contribuinte, sem aposta em conflito; correção de distorções; e endereçar o tema da desoneração da folha dos 17 setores e dos municípios.
Ele também disse ter uma “pequena discordância” com o uso da expressão “expansionismo fiscal” usada pelo mercado para se referir às políticas econômicas adotadas pelo governo. “O que temos feito é a recomposição do fiscal e (saindo) de um déficit primário de R$ 230 bilhões no ano passado, muito causado pelo calote dos precatórios e calote dos governadores, e indo para um déficit próximo da meta zero”, avaliou o secretário.
Por Giordanna Neves
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