Os contratos mais líquidos do petróleo fecharam o pregão em alta robusta nesta segunda-feira, 26, de olho no recrudescimento das tensões no Oriente Médio e após uma interrupção da produção e exportação da commodity na Líbia, que injetou preocupações sobre um possível choque de oferta.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em alta de 3,46% (US$ 2,56), a US$ 77,42 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), teve ganhos de 3,04% (US$ 2,41), a US$ 81,43 o barril.
Na manhã desta segunda, o governo baseado no leste da Líbia determinou a suspensão de toda a produção e exportação de petróleo no país, em resposta às disputas políticas com um grupo político rival sediado em Tripoli, no oeste da nação. Ambos os grupos disputam o poder no país.
Com isso, a subsidiária da petrolífera nacional da Líbia, conhecida como NOC, anunciou que planeja reduzir gradualmente sua produção, mas alertou que, com as pressões internas para a interrupção, uma paralisação repentina na exportação pode acontecer.
Os preços também já vinham em alta do fim de semana, depois que Israel conduziu um ataque forte ao Hezbollah no Líbano e diluiu as oportunidades de um avanço nos tratados de paz em Gaza. Durante o domingo, o Hezbollah conduziu uma investida com drones contra Israel, o que levou o país a decretar estado de emergência.
“A percepção de risco de possíveis interrupções na produção e transporte de petróleo no Oriente Médio intensifica as pressões inflacionárias globais, particularmente em economias dependentes da importação de energia”, e mantém os preços em alta, escreve o CEO da Anova Research, Paulo Martins.
O Julius Baer concorda com essa visão, e alerta que a “geopolítica escaldante” e as preocupações relacionadas com a oferta até agora sustentaram os preços em alta, mas que a previsão para o médio e longo prazo é de queda dos preços do óleo.
Segundo a ExxonMobil, porém, o mundo não está caminhando para uma economia mais verde e os seres humanos usarão aproximadamente a mesma quantidade de petróleo bruto que usam hoje por volta de 2050, o que tende a estabilizar o preço do óleo no médio prazo.
Por Gabriel Tassi Lara
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