O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que o BNDES está disposto a utilizar todos os instrumentos de crédito possíveis para financiar a produção de combustíveis verdes. “Podemos entrar como sócio no projeto”, disse a jornalistas após evento de lançamento de chamada a planos de negócios para produção de combustíveis sustentáveis para a aviação e navegação.
A avaliação dos projetos, segundo Mercadante, não terá como critério de exclusão a tecnologia proposta, mas destacou que os mais viáveis são os biocombustíveis. “Está claro que, do ponto de vista tecnológico, que nessa primeira a energia renovável para aviação virá do biocombustível, sobretudo do etanol e dos óleos vegetais. Mais tarde, outras tecnologias, a médio e longo prazo, vão surgir, como o hidrogênio verde”, disse.
O presidente do BNDES afirmou que tem dialogado com grandes empresas, que demonstram interesse em produzir os novos combustíveis no Brasil. Para ele, o País não pode aceitar perder seu potencial protagonismo por falta de crédito. “Já perdemos um projeto brasileiro, que foi comprado pelos Estados Unidos”, disse Mercadante, que destacou que o país norte-americano tem oferecido linhas de crédito não reembolsáveis.
“Vamos aportar recursos para projetos consistentes. Nós temos taxas de recursos não reembolsáveis que a Finep pode aportar para o desenvolvimento de tecnologia. Temos recursos em TR, que é uma taxa de juros que não chega a 4% ao ano para a inovação tecnológica. Temos recursos no recurso do clima, que é uma taxa de 6% ao ano”, citou o presidente, que prometeu “as melhores linhas de financiamento para o Brasil liderar e aproveitar a janela”.
O anúncio desta quinta-feira, 22, de chamamento para apresentação de projetos de produção de novos combustíveis para aviação e navegação, tem orçamento inicial de R$ 6 bilhões. Mercadante afirmou, contudo, que esse valor é inicial, que não há limite para bons projetos e que o volume de recursos crescerá de acordo com o que for necessário.
Por Luiz Araújo
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