A compra de 50% das ações da Comerc pela Vibra, anunciada na noite desta quarta-feira e que torna a comercializadora de energia uma subsidiária integral da companhia, foi motivada pelo retorno financeiro da operação, que virá a partir das sinergias esperadas entre as operações das duas empresas, declarou o diretor-presidente da Vibra, Ernesto Pousada. As sinergias são projetadas em R$ 1,4 bilhão de valor presente, a ser capturada nos próximos anos.
Em nota encaminhada à imprensa, Pousada afirma também que a decisão também foi motivada pelo “baixo risco do negócio já totalmente operacional”. “A Comerc vem apresentando bons resultados, com os principais projetos de geração concluídos e gerando um Ebitda anualizado de R$ 1 bilhão em 2024”, declara.
O comunicado destaca que, ao longo dos últimos anos, a Comerc implementou diversos projetos de geração, que trouxeram segurança com relação ao retorno sobre os investimentos. “Mais de 90% da energia certificada (P90) vendida pela empresa tem contratos de longo prazo, reajustados pela inflação, o que traz ainda mais robustez ao fluxo de caixa da Comerc”, diz.
As projeções de Ebitda e de sinergias também foram divulgadas em fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa explica que as estimativas para o Ebitda consideram o curso normal das operações e a geração próxima às estimativas de P50 da Comerc e a disponibilidade de recursos eólico e solar em linha com as certificações das plantas.
Também incluem premissas como a entrada em operação de 58 megawatts-pico (MWp) adicionais de geração distribuída até o final de 2024 e mais 108 Mwp em 2025 e um volume e preço de energia contratada em geração centralizada solar e eólica em contratos de longo prazo (PPAs, na sigla em inglês) correspondente aos contratos assinados e vigentes, atualizados pelo IPCA; com uma previsão de inflação entre 4% e 5%.
Já as sinergias de R$ 1,4 bilhão consideram otimização da estrutura fiscal, a racionalização de custos e a redução de custo de dívida, entre outras medidas.
Segundo a Vibra, a Comerc deve se consolidar como “uma de suas principais avenidas de crescimento”.
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Por Luciana Collet
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