O dólar voltou a ter forte queda no exterior nesta segunda-feira, 5, ainda sob efeito da apreensão com uma recessão nos Estados Unidos após o relatório sobre o mercado de trabalho de julho, divulgado na sexta-feira. A sessão foi marcada pelo debate sobre se o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) estaria atrás da curva na reação ao quadro de desaceleração da economia. O índice Dólar chegou a tocar a mínima de 102,16 pontos, ainda que tenha atenuado a baixa com o desenrolar do pregão. O iene e o euro se valorizaram. Entre as moedas mais fortes, a libra não se beneficiou da rotação fora do dólar e ficou pressionada após protestos no Reino Unido no fim de semana.
No fim da tarde em Nova York, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou desvalorização de 0,50%, a 102,689 pontos . O euro subia a US$ 1,0958 e a moeda japonesa seguiu firme, levando o dólar a recuar a 143,68 ienes. A libra caiu a US$ 1,2770.
No fim da tarde, a ferramenta FedWatch, do CME Group, atribuía uma probabilidade de 84,5% de o Federal Reserve (Fed) cortar juros em 50 pontos-base em setembro, em meio a questionamentos sobre o risco de recessão nos Estados Unidos. Mais cedo, essa hipótese chegou a superar a casa dos 90%. Na contramão, o risco de um corte de 25 pontos-base estava em 15,5%.
A libra esterlina foi a única moeda da cesta do índice DXY em desvalorização contra o dólar americano, após incertezas políticas locais diante de protestos violentos da extrema-direita no fim de semana. As tensões se somaram ao impacto da redução da taxa de juros pelo Banco da Inglaterra na quinta-feira.
O euro resistiu em alta mesmo após dados fracos da zona do euro divulgados pela manhã. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da zona do euro caiu de 52,8 em junho para 51,9 em julho, atingindo o menor nível em quatro meses.
O iene voltou a se valorizar, em um movimento que ampliou o tombo das ações de empresas na Bolsa de Tóquio. O índice Nikkei teve queda de 12%, após o recuo de 5,8% verificado na sexta-feira, 2.
Por Patricia Lara, especial para o Broadcast
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