A frota da aviação geral, também conhecida como executiva, cresceu 6% no Brasil entre junho de 2023 e o mesmo mês deste ano. No total, são 10.285 aeronaves em operação, segundo a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). Contudo, o atraso nas entregas de aviões segue no radar, com as fabricantes ainda com dificuldades para atender a demanda aquecida no segmento de aviação de negócios.
O crescimento da frota nos últimos 12 meses foi puxada pelos modelos turboélice, que registraram aumento de 15,4%, seguido por jatos, com avanço de 12,5% e helicóptero turbina, cuja alta foi de 8,8%. Os modelos pistão e helicóptero pistão apresentaram crescimento de 2,1% e 0,4%, respectivamente.
“A aviação geral vai muito bem no Brasil, especialmente neste ano. Não deixamos nada a desejar em relação a países desenvolvidos”, afirmou o diretor-geral da Abag, Flávio Pires. O executivo destaca que o tamanho continental do País somado à deficiência da aviação regular criam um cenário favorável para o desenvolvimento do setor.
A projeção é que o segmento some cerca de 948,2 mil pousos e decolagens em 2024. Caso o número se confirme, representará uma alta de 2,3% quando comparado ao ano passado.
Fila de espera
Com o mercado aquecido, Pires afirmou que os interessados em adquirir aeronaves executivas ainda enfrentam uma fila de espera que pode chegar a até 2,5 anos. Antes da pandemia, o prazo variava entre 9 e 12 meses. Os atrasos refletem a dificuldade de retomada da cadeia de produção, que foi paralisada durante a crise sanitária e, desde então, não alcançou o ritmo necessário para atender a forte retomada nos diferentes segmentos da aviação.
“Continuamos com um déficit e um desequilíbrio, porque não houve um desaquecimento das vendas, enquanto a capacidade de produção é menor”, explica o diretor-geral da Abag.
O executivo lembra que a retomada da aviação geral foi mais rápida do que a da comercial, já que a paralisação de viagens regulares estimulou a compra de aeronaves particulares. Este cenário acabou gerando ainda mais demanda.
Ainda assim, Pires vê uma melhora, com um número elevado de entregas programadas para este ano de aeronaves compradas na época da pandemia. “O impacto que estamos vendo hoje tem a digital de 2021, mas a indústria está correndo e o número de entregas está crescendo”, disse.
O diretor-geral da Abag falou a jornalistas na véspera da Labace (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition), maior feira de aviação de negócios da América Latina. A 19ª edição do evento ocorre entre os dias 6 e 8 de agosto no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com 144 expositores.
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Por Elisa Calmon
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