O dólar caiu em relação ao euro e o iene, mas subiu diante da libra, com alguma volatilidade e apoio apenas parcial da leitura acima do previsto do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no segundo trimestre. Além disso, o dia foi de volatilidade, com a divisa japonesa, por exemplo, invertendo o sinal frente ao dólar ao longo da sessão. Na China, o yuan atingiu máximas desde maio, apesar do corte inesperado de juros pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês).
No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 153,84 ienes, o euro avançava a US$ 1,0853 e a libra tinha baixa a US$ 1,2858. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,03%, a 104,355 pontos.
O dólar já tinha sinal misto ante outras moedas principais pela manhã. Na Europa, o euro tinha ganho modesto mesmo após o índice Ifo de sentimento das empresas da Alemanha recuar de 88,6 em junho a 87,0 em julho, quando analistas ouvidos pela FactSet previam alta a 88,8. Para o Commerzbank, o dado frustrou, mas elevava a chance de o Banco Central Europeu (BCE) cortar juros em setembro.
Nos EUA, leitura oficial mostrou alta de 2,8% no PIB no segundo trimestre, acima da previsão de alta de 2,1%, da mediana do Projeções Broadcast. O dado deu algum apoio ao dólar, mas não alterou o quadro nesse mercado. O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu 2,6% no segundo trimestre, desacelerando da alta de 3,4% no primeiro trimestre, com perde de fôlego também no núcleo. Ainda na agenda dos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego caíram 10 mil na semana, a 235 mil, ante previsão de 239 mil dos analistas ouvidos pela FactSet, mas as encomendas de bens duráveis recuaram 6,6% em junho ante maio, quando se previa alta de 0,3%.
O BBH via o iene ainda apoiado, diante de uma expectativa de aperto monetário “mais agressivo” pelo Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), bem como pela maior aversão ao risco em dias recentes. O banco de investimento ainda destacava, em comentário a clientes, o anúncio de mais cedo do PBoC de cortar de modo inesperado sua taxa de juros de médio prazo, para apoiar a economia local. Mas o BBH acredita que, diante do alto nível de endividamento chinês, o crescimento do país deve ser mais fraco nos próximos anos.
Hoje, apesar do corte de juro, o PBoC estabeleceu sua taxa de referência para o yuan com valorização. Com isso, a moeda chinesa atingiu máxima desde maio diante do dólar.
Por Gabriel Bueno da Costa
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