O dólar se apreciava no fim da tarde desta terça-feira, após uma queda moderada ontem, em meio à fluidez do noticiário político nos Estados Unidos, o que mantém o cenário de incerteza e gera busca por ativos menos arriscados. Após a decisão do presidente americano, Joe Biden, no domingo, de se retirar da corrida presidencial, crescia o apoio para que a vice-presidente, Kamala Harris, assumisse o topo da chapa do Partido Democrata. A moeda americana tinha queda acentuada ante o iene, diante da crescente pressão para que o Banco do Japão eleve a taxa de juros. As principais moedas europeias cederam.
O índice DXY, que mede a variação da moeda ante principais pares, fechou em alta de 0,13%, a 104,450 pontos, mesmo diante da expectativa de alívio monetário pelo Federal Reserve (Fed) em setembro.
O Wells Fargo projeta que o ritmo de depreciação do dólar americano deve ser ligeiramente mais lento do que anteriormente projetado. “Embora ainda esperemos que o crescimento mais lento dos EUA e a flexibilização do Fed pesem sobre o dólar dos EUA em 2025, reconhecemos que um cenário de risco de uma política fiscal mais expansiva e o aumento das tarifas poderão proporcionar um período de apoio ao dólar mais prolongado do que o que prevemos atualmente”, escreveram analistas do banco. O Wells Fargo espera que o euro desacelere para US$ 1,0700 no quarto trimestre do ano, subindo a US$ 1,1100 no quarto trimestre de 2025. O banco projeta que o dólar recue a 155,00 ienes no quarto trimestre deste ano e 150,00 no quarto trimestre de 2025.
Hoje, o dólar era negociado em queda acentuada frente ao iene. O moeda japonesa poderá cair se o Banco do Japão (BOJ) mantiver as taxas de juro inalteradas na sua reunião de 31 de julho, em um contexto de crescente desconforto entre os políticos japoneses relativamente ao ritmo lento da normalização da política monetária, escreveram analistas do MUFG Bank. A fraqueza do iene e o momento da eleição da liderança do Partido Liberal Democrata, em setembro, favorecem um aumento da taxa de juros pelo BOJ na próxima semana, em vez de esperar até o final deste ano, considerou o analista do MUFG, Lee Hardman, em nota. O MUFG espera um aumento de 15 pontos-base nas taxas.
Neste fim de tarde, o euro recuava ante o dólar, cotado a US$ 1,0853. Na zona do euro, o índice de confiança do consumidor subiu para -13 pontos em julho, ante -14 pontos em junho, segundo dados preliminares. A libra esterlina caía e era negociada a US$ 1,2902 no fim da tarde.
Por Patricia Lara, especial para o Broadcast*
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