O governo de São Paulo publicou edital para a concessão de 460 quilômetros de rodovias na chamada Rota Sorocabana com 18 novos pedágios, além dos cinco já existentes. O leilão acontece no dia 30 de outubro e as propostas podem ser apresentadas até o dia 25 daquele mês. Serão concedidas, e vão ganhar pedágios, rodovias administradas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), como a SP-79, que liga a região de Sorocaba à Régis Bittencourt (BR-116), cortando vasta área de Mata Atlântica, na Serra do Mar.
Conforme o governo, estão previstos investimentos de R$ 8,7 bilhões ao longo dos 30 anos de concessão. Os recursos serão aplicados em duplicações, faixas adicionais, marginais, construção de acesso e obras de infraestrutura viária em 17 cidades atingidas pela concessão, que se estende do km 34 da Raposo, em Cotia, até São Miguel Arcanjo. A nova concessão incorpora trechos atualmente concedidos à CCR Viaoeste, cuja concessão se encerra em março de 2025, e outros administrados pelo DER que hoje não têm pedágios.
O critério de seleção do vencedor será a maior outorga fixa paga ao Estado. Uma das obras previstas na concessão, a duplicação da Rodovia Bunjiro Nakao entre Vargem Grande Paulista e Ibiúna, foi objeto de licitação recente pelo DER, no valor de R$ 152,5 milhões. O trecho duplicado deve se estender até Piedade. A Rodovia João Leme dos Santos, já duplicada entre Sorocaba e Salto de Pirapora, terá mais um trecho duplicado na passagem por esta cidade.
O projeto prevê intervenções na Rodovia Antunes Soares (SP-79), entre Salto e Juquiá. Conforme o governo, o objetivo é deixar o trecho da Serra do Mar, entre Tapiraí e Juquiá, mais seguro. A rodovia liga a região de Sorocaba Régis Bittencourt (BR-116), dando acesso também às praias do litoral sul de São Paulo.
No trecho de serra, a estrada é sinuosa, com curvas fechadas e tráfego proibido para veículos de carga articulados. A concessão vai permitir a construção de faixas adicionais na subida, acostamentos e rampas de escape, além de melhorias na sinalização. As intervenções dependerão de licenciamento ambiental, por se tratar de bioma protegido por lei federal e considerado Reserva da Biosfera pela Unesco.
NOVOS PEDÁGIOS. Os novos pontos de cobrança terão pórticos que operam o sistema de tarifação automática, conhecido como free flow (fluxo livre). Ao longo da extensão, os valores vão variar de R$ 0,86 a R$ 12,20, a depender do trecho, com cobrança nos dois sentidos.
Nova Raposo também terá cobrança automática
Um decreto publicado pelo governo estadual no último dia 12 autorizou a abertura de licitação para conceder à iniciativa privada o lote Nova Raposo, que prevê grandes intervenções na Rodovia Raposo Tavares, entre a capital paulista e a cidade de Cotia. Ambientalistas e associações de moradores continuam a criticar impactos ambientais e sociais das obras previstas, como a construção de túneis e viadutos na região do Butantã, em São Paulo, além de desapropriações e interferências em parques e áreas verdes.
O governo diz que o lote vai trazer cerca de R$ 7,1 bilhões em investimentos para melhorar o fluxo de veículos na via e trazer mais segurança. Atualmente, o trecho é administrado pelo DER e não tem pedágios. Com a concessão, serão instalados seis pórticos com cobrança eletrônica pelo sistema free flow. Ao todo, serão 93 quilômetros em dez cidades da região metropolitana de São Paulo.
O projeto original sofreu modificações, mas manteve as obras de maior impacto, como a construção de marginais na Raposo. Em nota, a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), informou que o edital final deve sair nos próximos dias.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por José Maria Tomazela
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