A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Banco Mundial anunciaram no início do mês o lançamento do Projeto PROTECT, uma iniciativa que busca otimizar sistemas de vigilância de doenças e laboratórios de pesquisa e análise em sete países da América do Sul, entre eles o Brasil. O objetivo é fortalecer a resposta desses países a pandemias, especialmente na região da bacia amazônica.
O local da ação foi escolhido por ser lar de aproximadamente metade da biodiversidade da Terra e por sua suscetibilidade aos efeitos das mudanças climáticas e da interferência humana. A existência de vetores de doenças na região tropical e subtropical, junto ao nível de isolamento de algumas áreas, faz com que as comunidades que ali vivem estejam mais vulneráveis aos riscos de pandemias.
Segundo comunicado da OPAS, o projeto espera beneficiar mais de 2,4 milhões de pessoas nos próximos três anos, entre elas indígenas, não-indígenas e ribeirinhos, migrantes e pessoas deslocadas.
Para isso acontecer, o projeto conta com uma concessão de quase U$ 17 milhões (R$ 92,2 milhões) do Fundo para Pandemias, mecanismo de financiamento dedicado a fornecer subsídios plurianuais para ajudar os países de baixa e média renda a se prepararem melhor para futuras pandemias.
Frentes de ação
Os países beneficiados pelo projeto são, além do Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Uruguai. Além da OPAS e do Banco Mundial, estão envolvidos no PROTECT os Ministérios da Saúde e da Agricultura dos sete países e o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária da OPAS.
“Celebramos esta colaboração conjunta. É urgente um compromisso político dos governos e uma melhor articulação entre todos os setores para salvar vidas juntos”, disse Jaime Saavedra, diretor de desenvolvimento humano para América Latina e Caribe no Banco Mundial em comunicado.
O projeto PROTECT vai priorizar três frentes de ação:
– Melhorar sistemas integrados de vigilância precoce de doenças zoonóticas: para isso, pretende desenvolver diretrizes com base nas características das comunidades. Além disso, a frente também inclui o desenvolvimento de mapas nacionais e regionais para a detecção precoce e vigilância de doenças zoonóticas da vida selvagem.
– Aprimorar a capacidade dos sistemas laboratoriais para detecção de patógenos com potencial de causar doenças epidêmicas: para isso, o projeto busca modernizar e aumentar a capacidade de equipamentos, de reagentes e outros materiais necessários para o sequenciamento genômico, bioinformática e análise de vírus.
– Treinar a força de trabalho para avaliação de riscos: isso inclui líderes comunitários, profissionais de saúde locais e outros interessados na vigilância. Nesta área, a prioridade também será no fortalecimento de plataformas interoperáveis, para facilitar a troca de informações específicas.
Com isso, a OPAS espera também fortalecer a coordenação e troca de informações entre os setores, países e na região para os esforços de preparação e resposta a pandemias.
Por Bárbara Giovani
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