O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a enfrentar protestos de professores federais ontem, durante a inauguração de obras na rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos (SP). A categoria, que já havia protestado em um evento do presidente em Araraquara (SP) na sexta-feira, está em greve há mais de um mês. A paralisação atinge 58 universidades federais.
Os professores reivindicam reajuste salarial acima do proposto pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. A pasta ofereceu 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Os docentes, porém, querem reajuste ainda neste ano de 7,06%, e de 5,16% em 2026, enquanto concordam com o índice para o ano que vem.
“Estou vendo alguns companheiros levantando cartaz ali para mim estamos de greve. Que bom que vocês podem vir no comício do Lula e levantar um cartaz dizendo que estão de greve. Que maravilha é garantir o direito democrático das pessoas lutarem, reivindicarem e chegarem a um acordo no momento correto”, disse Lula em seu discurso. “O nosso governo é democrático e sabe lidar com as diferenças e contradições.”
INTRANSIGENTE. O Ministério da Gestão enviou um e-mail aos sindicatos grevistas na qual afirma que já apresentou sua proposta final e que a reunião marcada para amanhã não servirá para uma nova rodada de negociações. O objetivo da pasta é utilizar a reunião apenas para assinar um acordo com a categoria.
“Para nós, é super intransigente a posição do governo de decretar, de forma unilateral, o esgotamento do processo de negociação”, declarou Susana Maia, do Comando Nacional de Greve do Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes) em coletiva na sexta-feira.
TÉCNICOS. Além dos professores, os técnicos-administrativos também estão em greve. A proposta do governo para eles é de reajuste de 9% em janeiro de 2025 e de 5% em abril de 2026, além do aumento do auxílio-alimentação para R$ 1.000, o que também vale para os docentes. A federação de sindicatos que representa a categoria ainda estuda uma contraproposta.
Lula inaugurou ontem em Guarulhos o trevo Jacu-Pêssego na rodovia Presidente Dutra e a liberação da nova marginal na pista sul da via no sentido São Paulo, entre os quilômetros 209 e 211, o que abrange a região do trevo de Bonsucesso.
O petista estava acompanhado do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e dos ministros dos Transportes, Renan Filho (MDB), de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT).
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não participou da cerimônia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Pedro Augusto Figueiredo
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