A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu nesta terça-feira, 14, suspender o corte de energia e a cobrança de multa e juros por distribuidoras do Rio Grande do Sul em virtude dos efeitos das inundações que atingem o Estado.
A suspensão será por 90 dias nos municípios gaúchos que decretaram estado de calamidade pública e por 30 dias nos demais. Também será interrompida a cobrança de encargos setoriais, como os empréstimos feitos feito durante a pandemia e a crise hídrica que vem sendo embutidos na conta de luz, com um impacto de R$ 757 milhões.
Segundo dados da própria Aneel, nas duas principais empresas que atendem o Estado são quase 280 mil imóveis sem fornecimento de energia, sendo 143,5 mil imóveis na RGE (do Grupo CPFL) e 135 mil na CEEE Equatorial) sobretudo, por questões de segurança.
A agência reguladora também flexibilizou regras referentes à prestação de serviço, como a obrigatoriedade de envio digital de fatura mesmo para os consumidores que não têm essa preferência, prazos de leitura de consumo e para atendimento, entre outras normas.
A prioridade na retomada do fornecimento, conforme for possibilitado com a redução dos níveis das águas, também foi estabelecida considerando casos de urgência e de alta de consumo em locais que tinham outro perfil de carga, mas que se tornaram abrigo para pessoas que estão impossibilitadas de retornar a suas residências.
A Aneel admitiu que nem todos os pleitos das distribuidoras foram atendidos, mas informou que justamente pelo fato de o evento ainda estar em andamento há medidas que não podem ser dimensionadas e, portanto, isto será feito futuramente de acordo com o andamento dos serviços.
Durante a discussão, o diretor Fernando Mosna, que foi designado relator do processo que trata do direcionamento de recursos do programa de eficiência energética de todas as distribuidoras do País para a reposição de equipamentos no território gaúcho, como mostrou o Broadcast Energia (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), informou que aguarda a nota técnica para dar andamento à discussão. Já o diretor Hélvio Guerra lembrou que as ações para a região vão além do setor elétrico.
Por Ludmylla Rocha
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