A trading de commodities agrícolas Archer Daniels Midland (ADM), dos Estados Unidos, obteve lucro líquido de US$ 729 milhões, ou US$ 1,42 por ação, no primeiro trimestre de 2024, informou a companhia nesta terça-feira. O resultado representa queda de 37,7% ante US$ 1,17 bilhão, ou US$ 2,12 por ação, registrados um ano antes. Em termos ajustados, o lucro ficou em US$ 1,46 por ação. A receita caiu 9,2%, para US$ 21,847 bilhões.
Analistas consultados pela FactSet esperavam lucro ajustado menor, de US$ 1,37 por ação, já a receita projetada era maior, de US$ 22,26 bilhões.
“Os sólidos resultados do primeiro trimestre da ADM demonstraram a capacidade de nossa equipe de executar nossa estratégia com agilidade diante das condições desafiadoras de mercado previstas”, disse o presidente do Conselho e CEO da empresa, Juan Luciano.
A trading de commodities disse que o lucro operacional ajustado foi de US$ 1,317 bilhão no trimestre, 24% abaixo do resultado dos três primeiros meses de 2023.
Na maior unidade da empresa, a Divisão de Serviços Agrícolas e Oleaginosas, que compra, transporta e processa soja e sementes, o recuo do lucro operacional ajustado foi de 29% na comparação anual, passando de US$ 1,211 bilhão para US$ 864 milhões.
Entre os fatores que contribuíram para o resultado, a companhia citou a estabilização dos fluxos comerciais e as vendas mais lenta dos agricultores, que afetou negativamente os volumes de exportação e as margens na América do Sul. Além disso, “o aumento das importações de óleo de cozinha usado e a expectativa de grandes ofertas sul-americanas impactaram negativamente as margens de esmagamento de soja na América do Norte”, acrescentou.
Também houve recuo na Divisão de Soluções de Carboidratos, que registrou queda de 11%, com lucro de US$ 248 milhões ante US$ 279 milhões reportados nos primeiros três meses do ano passado.
Entre os fatores que influenciaram na baixa, a empresa disse que “margens fortes de Amidos e Adoçantes foram compensadas por margens mais baixas de etanol doméstico devido à forte produção industrial e estoques elevados”. Ainda assim, os resultados melhoraram no subsegmento de processamento de milho, com a forte demanda por exportações de etanol certificado.
Já o negócio de Nutrição, que produz e vende proteínas, ingredientes e outros produtos à base de plantas, caiu 39% em relação ao ano anterior. O lucro operacional ajustado passou de US$ 138 milhões para US$ 84 milhões.
O recuo ocorreu, na avaliação da trading, porque o negócio de nutrição humana passou por paradas não programadas em Decatur East, nos EUA, e uma “normalização do mercado de texturizantes que impactaram negativamente as margens”. Na parte de nutrição animal, houve aumento, com “os esforços de otimização de custos e a redução dos custos de insumos reforçando as margens”.
Para 2024, a empresa reafirma seu guidance divulgado anteriormente. A ADM continua esperando lucro ajustado na faixa de US$ 5,25 a US$ 6,25 por ação para o ano inteiro. Em comunicado, o CEO se disse confiante com a orientação, citando iniciativas estratégicas e expansão dos esforços em agricultura regenerativa.
Por Ana Ritti, com informações da Dow Jones Newswires
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