Israel é tido como um dos polos tecnológicos mais desenvolvidos do mundo e, mesmo sob um período de guerra, há quem esteja disposto a atravessar o mundo para apresentar produtos no Brasil. O País chama atenção pelo potencial do mercado de construção civil e pela atuação já tradicional na área de mineração e, por isso, o CEO da NANO-Z, Ofer Levy, decidiu expor 10 de seus itens que prometem revolucionar os setores durante a 12ª edição da M&T Expo, a maior feira de máquinas e equipamentos para construção e mineração da América Latina, que ocorre na semana que vem, em São Paulo.
Há seis meses, Levy esteve no Brasil para prospectar o mercado. “Percebemos que o Brasil é aberto para novas coisas, novas tecnologias, novos produtos”, disse em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) ainda em solo israelense.
Ao saber da feira, decidiu que traria os produtos desenvolvidos com nanotecnologia e que atuam como anticorrosivos e impermeabilizantes, além de materiais que promovem isolamento térmico e a redução de poeira em pistas não pavimentadas. Por causa do Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e Israel, os produtos do país são isentos de Imposto de Importação, representando uma vantagem competitiva.
A ideia é, conforme o empresário, exportar os itens para o Brasil em uma primeira fase e, se houver escala, produzir pelo menos uma parte deles no País. “Para nós, seria muito bom, pois provemos a tecnologia e haveria pessoas para produzir no Brasil”, comentou. No momento, a empresa está em negociação com um distribuidor local. “Esse seria um próximo passo até conseguirmos medir o tamanho do mercado, mas estamos muito abertos para isso.”
O diretor de Desenvolvimento de Negócios da NANO-Z para o Brasil, Gabriel Eigner, que também estava em Israel quando falou com a reportagem, detalhou os dois principais produtos que chegarão ao Brasil pela empresa.
Um deles é a Ecoplatform, uma manta biodegradável , produzida a partir de fibra de coco, e que foi desenvolvida para conter particulados (poeira) gerados pelo tráfego de veículos em pistas não pavimentadas e que são um problema para as empresas de mineração. O sistema, que foi desenvolvido em uma fábrica instalada na Índia e já testado em duas mineradoras de Minas Gerais, retém a água dispersa no substrato, mantendo a camada superficial do solo e a base úmidas com quantidades mínimas de água por um período considerado “substancial”.
O outro é o Q-10, um selante que funciona de forma subaquática, que é usado para conter infiltrações e adere a concreto, cerâmica, mosaico, porcelana, metal, fibra de vidro, vidro, PVC ou PP. “Com esse produto, é possível consertar uma piscina quebrada sem a necessidade de esvaziá-la”, explicou Levy.
A NANO-Z atualmente exporta para 16 países. “Então sabemos que esses produtos que vamos expor pela primeira vez no mercado brasileiro e que trazem uma solução diferente e muito nova no mercado”, afirmou o empresário.
Como são soluções ecologicamente sustentáveis, e a COP-30 será realizada no Brasil no ano que vem, o empresário está confiante de que os produtos serão usados por empresas e famílias no País. “Acreditamos que o que é bom para nós é bom para todo mundo, então será também bom para o Brasil.”
Por Célia Froufe
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