Categories: Empresas

AGU abre consulta pública sobre cobrança bilionária de IPTU em concessões

A Advocacia-Geral da União (AGU) abriu nesta segunda-feira, 22, um edital para receber sugestões sobre como o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) deve incidir sobre imóveis da União em concessão pública. A discussão afeta principalmente o setor de infraestrutura, como o transporte portuário, aquaviário, ferroviário e rodoviário. A AGU usará as informações para definir seu posicionamento sobre o tema. As contribuições devem ser enviadas até 22 de maio.

Segundo a presidente da Câmara de Promoção de Segurança Jurídica no Ambiente de Negócios da AGU (Sejan), Clarice Calixto, a demanda tem “dimensão bilionária” e a consulta pública “é essencial para ouvir os setores impactados pelo entendimento que está sendo construído na AGU”.

Em 2022, a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários elaborou nota técnica estimando um impacto de R$ 3,5 bilhões anuais no setor ferroviário. No setor rodoviário, seriam R$ 2,87 bilhões ao longo dos 30 anos.

Já as portuárias arcariam com impacto de R$ 351 milhões em um ano. “É de se considerar que a cobrança do IPTU dessas áreas deva recair sobre a autoridade portuária, que repassará os custos para os arrendamentos via aumento de tarifa portuária, obrigando os arrendatários a majorar seus preços. Com efeito e como resultado imediato, as despesas com os serviços portuários serão reajustadas para o usuário final”, diz o parecer.

A controvérsia também tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Na semana passada, a Corte reconheceu a repercussão geral do julgamento com isso, o resultado servirá de norte para todo o Judiciário. A discussão é se o imposto deve ser pago pela empresa que presta o serviço público, ou se a Constituição garante a imunidade tributária sobre imóveis que integram as concessões.

O caso concreto trata sobre uma concessionária que presta serviço de transporte ferroviário e foi acionada na Justiça pelo município de Varginha (MG), que reclamou sobre a ausência de recolhimento de IPTU e taxas de expediente e de limpeza.

Em manifestação enviada ao Supremo, a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) defendeu que a tributação é equivocada porque os bens são da União e são cedidos apenas temporariamente para as concessionárias.

“Não há, por parte do poder concedente, transferência definitiva de propriedade, já que os bens da concessão, imprescindíveis para a prestação do serviço público, serão revertidos ao patrimônio do poder concedente ao final do contrato de concessão”, afirmou a entidade.

Por Lavínia Kaucz

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

6 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

6 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

8 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

9 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

10 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

10 horas ago