A Sigma Lithium anunciou que recebeu uma carta de intenções do BNDES para o financiamento da construção de sua segunda planta “greentech” no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. O investimento será da ordem de R$ 492 milhões, e o início da construção está previsto para este primeiro trimestre, ao fim da estação das chuvas. As obras deverão começar após a decisão final a ser tomada pelo Conselho de Administração da Sigma.
Com a segunda planta “greentech”, a companhia espera aumentar a capacidade de produção do seu lítio em aproximadamente 240 mil toneladas (com capacidade estimada de 6% de Li2O), totalizando cerca de 510 mil toneladas ao ano.
A companhia fez o primeiro embarque de lítio verde no ano passado. Um carregamento de 15 mil toneladas de lítio e 16,5 mil toneladas de subprodutos processados foi exportado para a China. A produção é voltada para baterias de carros elétricos.
Ana Cabral, CEO e copresidente do Conselho de Administração da companhia, disse, em nota, que “apesar da recente deterioração das perspectivas de demanda de lítio a curto prazo, com a estrutura de capital adequada, possibilitada por esse financiamento do banco de desenvolvimento, a Sigma Lithium tem uma oportunidade única de solidificar sua liderança competitiva industrial global na produção de concentrado de lítio pré-químico sustentável e de baixo custo”.
A operação é inteiramente sustentável, de acordo com a empresa, que já recebeu todas as licenças ambientais para a instalação da nova planta. A Sigma disse também que conseguiu reduzir a zero a sua geração de emissões de carbono, de resíduos e de subprodutos químicos nocivos ao ambiente, bem como o uso de água potável e de fonte de energia não renovável. Por isso, seu produto é denominado “quíntuplo zero”.
Na nova planta, serão introduzidas inovações adicionais, de modo a aumentar a eficiência do processo. “A curva de aprendizagem da Sigma durante o funcionamento da primeira usina, que atingiu rapidamente a sua capacidade nominal, foi essencial para desenvolver meios de inovar e melhorar o processo de beneficiamento do minério de espodumênio para a produção de concentrado de lítio pré-químico”, disse a empresa em nota.
Em nota, Ana Cabral afirmou ainda que compartilha com o BNDES a crença de que “a liderança competitiva da companhia pode se tornar o vetor para atrair para o Brasil outros players industriais globais na cadeia de suprimentos de baterias”.
A Sigma frisou que a produção é realizada com empilhamento de rejeitos a seco (sem barragem), o que contribui para evitar a contaminação do solo e conservar florestas e rios da região.
A companhia informou ainda que recebeu o voto unânime dos membros do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), responsável pela concessão de licenças ambientais no Estado de Minas Gerais. A concessão da Licença Ambiental Completa permite à empresa expandir sua capacidade de beneficiamento e processamento industrial de minerais de lítio para um total de até 3,7 milhões de toneladas por ano.
Por Juliana Garçon
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