O presidente da Argentina, Javier Milei, disse que “uma das ideias” com as quais seu governo trabalha é emitir um bônus perpétuo para ir saltando uma dívida derivada de um processo judicial nos Estados Unidos. O país perdeu uma disputa na Justiça norte-americana relacionada à estatização da petroleira YPF, e a decisão de um tribunal de Nova York é que a Argentina comece a pagar a partir de janeiro US$ 16,1 bilhões, diante de uma demanda realizada pelo fundo Burford Capital.
Em entrevista ao canal La Nación+, Milei afirmou que “não temos o dinheiro, mas temos a vontade de pagar”.
Ele ainda ironizou ao dizer que o bônus poderia ser batizado de “taxa Kicillof”, em referência a Axel Kicillof, peronista que foi ferrenho defensor da estatização sem pagar indenização à espanhola Repsol, em 2012. Kicillof foi ainda um dos interventores da empresa estatizada, antes de ocupar o comando do Ministério da Economia, sob Cristina Kirchner, e atualmente é governador da província de Buenos Aires.
O atual presidente disse que “a perspectiva ideológica” de Kicillof “prejudicou todos os argentinos” e agora será preciso “pagar o erro de um amador”.
O governo anterior, de Alberto Fernández, denunciava o processo nos EUA e dizia que ele era politicamente motivado e que poderia recorrer à Suprema Corte norte-americana.
Já o atual governo mudou a conduta no caso. Na última sexta-feira, Manuel Adorni, porta-voz da presidência, havia afirmado que a Argentina cumprirá os compromissos e respeitará “sempre seus contratos”.
Em entrevista coletiva, Adorni comentou que a atual administração avaliava os caminhos possíveis no caso.
Por Gabriel Bueno da Costa
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