A velocidade da movimentação do solo na área da mina 18 da Braskem, no bairro Mutange, em Maceió (AL), acelerou mais uma vez e chegou a 0,54 centímetros por hora, segundo boletim da Defesa Civil Municipal divulgado na noite deste sábado, 9. De manhã, a velocidade registrada foi de 0,35 centímetros por hora. O risco é de colapso.
Nas últimas 24 horas, o terreno cedeu 13 centímetros. Desde que o alerta de risco de colapso foi emitido, no dia 29 de novembro, o solo afundou 2,24 metros.
Por precaução, a recomendação é de que a população não transite na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil. O bairro já havia sido desocupado por conta do risco de desabamento. A região fica à beira da lagoa Mundaú e próxima ao antigo Centro de Treinamento do Centro Sportivo Alagoano (CSA), clube de futebol local, e vem sendo monitorada há anos.
A situação era considerada “estável” até que em 30 de novembro deste ano, após novos tremores serem sentidos na região, a Defesa Civil decretou estado de emergência para o possível colapso.
A instabilidade do solo foi causada pela extração de sal-gema, cloreto de sódio utilizado na produção de soda cáustica e policloreto de vinila (PVC), pela petroquímica Braskem até 2019. Outros bairros também sofrem com o problema e tiveram casas abandonadas.
A mina 18 é uma das 35 cavidades abertas pela Braskem. Ela tinha 500 mil metros cúbicos, segundo a prefeitura. Não é possível prever, ainda, o tamanho da cratera que se formará com o possível colapso.
O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas multou a Braskem em mais de R$ 72 milhões diante dos danos causados ao bairro de Mutange. A empresa já recebeu 20 autuações desde 2018. Uma CPI sobre a atuação da Braskem, para apurar impactos da extração de sal-gema em Maceió, será instalada na terça, 12, no Senado.
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