A China tornou-se um lugar muito mais difícil para as empresas americanas ganharem dinheiro, revelou uma nova pesquisa realizada pelo Conselho Empresarial EUA-China. A escalada das tensões bilaterais afeta vários aspectos das operações das empresas dos Estados Unidos em território chinês, gerando recuo nas vendas e nos lucros, além de investimentos cancelados ou atrasados, de acordo com a sondagem feita com base em 117 empresas que integram o conselho.
A maioria das companhias americanas consultadas continua a ser rentável na China e reconhece a importância do mercado chinês para a sua competitividade global, nota o documento publicado no website do conselho. A China ainda é o mercado primordial para 74% das empresas, mostra a pesquisa feita em junho e julho.
Em relação à proporção de empresas que expressam uma perspectiva pessimista sobre as suas operações na China nos próximos cinco anos, o patamar atingiu o recorde de 28% na sondagem, ante 21% do ano passado. O bloco daqueles com visões otimistas diminuiu para uma mínima histórica de 49%.
Na lista de preocupações quanto às perspectivas estão receios com quadro geopolítico (77%), com a política e o ambiente regulatório da China (64%), e concorrência (50%), entre outras questões. Quase todas as empresas (90%) acreditam que as políticas industriais chinesas terão um impacto negativo na quota de mercado da sua empresa na China nos próximos cinco anos.
Embora poucas empresas planejem sair totalmente do mercado chinês, muitas decidiram ajustar as suas operações comerciais, estratégias e cadeias de abastecimento específicas da China para mitigar o impacto da tensão crescente. Mais de um terço dos entrevistados disseram que reduziram ou interromperam o investimento planejado na China no ano passado, uma máxima histórica e bem acima dos 22% da sondagem anterior.
Tais decisões foram atribuídas ao aumento dos custos e às incertezas de fazer negócios na China, bem como a mais restrições à venda de produtos no mercado chinês. “O ritmo com que o sentimento empresarial dos EUA e os investimentos futuros se recuperarão dependerá das decisões dos líderes políticos na China e nos Estados Unidos.”
Por Patricia Lara, especial para a AE
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