O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a estreia do governo brasileiro no mercado de títulos de dívida internacional com critérios sustentáveis, os chamados ‘green bonds’, deve acontecer nas próximas semanas. A operação já foi apresentada a investidores dos Estados Unidos e da Europa e, agora, depende de janela para ser levada a mercado. A decisão tanto do momento quanto do volume a ser captado depende do Tesouro, conforme Haddad. A expectativa do mercado é de que a operação seja de cerca de US$ 2 bilhões, recursos que vão turbinar o Fundo Clima.
“Não acredito que o Brasil vai ter qualquer dificuldade na colocação desses títulos que vai abastecer o fundo clima e isso vai alavancar investimentos verdes no Brasil”, disse o ministro da Fazenda, a jornalistas, em Nova York, após se reunir com investidores, empresários e representantes de organismos multilaterais.
Haddad disse que o governo Lula busca posicionar o Brasil como um país que produz produtos verdes. Segundo ele, isso inclui não apenas energia limpa e minerais estratégicos, mas “produtos verdes” e que envolvem uma gama de indústrias como a de tecnologia, têxtil, dentre outros.
Para isso, o Brasil quer atrair mais empresas estrangeiras. Durante sua viagem a Nova York, o ministro da Fazenda tem defendido a necessidade de mais parcerias tanto com empresas quanto com outros países.
“Nós temos clareza de que isso é possível, convencer empresas nacionais e internacionais a se fixarem no Brasil para o desenvolvimento de produtos verdes”, disse Haddad.
No âmbito de países, o Brasil estuda como se beneficiar da Inflation Reduction Act (IRA, na sigla em inglês), plano climático do presidente dos EUA, Joe Biden, e que prevê US$ 369 bilhões para apoiar a transição energética americana. Conforme Haddad, o tema estará na agenda da bilateral que Lula terá com o chefe da Casa Branca.
Nas palavras de Haddad, a inserção no IRA pode ser um ‘jogo de ganha-ganha’ dos EUA com o Brasil. “Nós estamos estudando o Inflation Reduction Act atentamente, detalhadamente e buscando verificar em que condições e com que regras o Brasil poderia estabelecer parcerias com os Estados Unidos, nos valendo dessa legislação e nos valendo das vantagens competitivas que o Brasil tem”, explicou o ministro.
Por Aline Bronzati, correspondente
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