Contrariando novamente o governo e dessa vez até mesmo uma boa parte do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não trouxe no comunicado desta quarta-feira, 21, nenhuma sinalização de corte da taxa básica de juros na próxima reunião, em agosto. Ao manter a Selic em 13,75% ao ano pela sétima vez seguida, o colegiado voltou a pregar cautela e serenidade em suas decisões.
“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia. O Copom conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas e avalia que a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação”, argumentou o Copom, sem dar qualquer sinal de redução da Selic no próximo encontro.
O BC repetiu ainda que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Copom abandonou, porém, a mensagem – já considerada pouco provável na última reunião – de que poderia inclusive voltar a subir os juros caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
“O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, concluiu o comunicado.
Por Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues
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